Para o grande historiador Erick Hobsbawm
o século XIX terminou somente em 1914 com a Primeira Guerra Mundial e o século
XX bem antes do seu fim cronológico em 1989 com a queda do Muro de Berlim. Dos
escombros do Socialismo surgiu um novo mundo, a nossa contemporaneidade que
muitos chamam de pós modernidade. Que seria uma nova forma de manifestação da
velha modernidade racionalista, centrado sobretudo, na dispersão e na
multiplicidade de interesses os mais variados possíveis.
Uma das mais fortes manifestações da
nossa era contemporânea é o esvaziamento da política. Não se pode pensar mais em
classes, agora o que existe são categorias. Aquele sujeito revolucionário da
segunda metade do século XIX e XX não comparece mais a história. O sujeito
contemporâneo não faz política revolucionária, seu maior objetivo são seus
interesses pessoais, defende apenas a sua causa seja ela, racial, sexual,
religiosa entre outras.
Nas eleições presidenciais desse ano
isso se torna cada vez mais claro, é o esvaziamento do debate, das questões
concretas, do interesse coletivo, cada um defende o seu quinhão a sua gleba na
Terra de Santa Cruz. São sintomas de uma era em que a aparência se sobrepõem a
essência, de relativismos exacerbados, onde as lutas de classes foram
suprimidas, pela dispersão relativa do “olhar” pessoal de cada um sobre os
assuntos da sociedade.
A cultura pós moderna contemporânea
tem a tendência a transformar o mundo num sistema de símbolos, promovendo um
caldo ideológico capaz de falsear a realidade. Pelo andar da carruagem vemos
que a pós modernidade é uma época neo conservadora, pelo menos no campo
político. As transformações de tempo e espaço conduzidas pela revolução do
mundo virtual não conseguiram avançar no mundo político.