terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O MISTÉRIO DO TEMPO




            A coisa mais enigmática que existe é o tempo ele acaba com tudo, desde as árvores, as construções, passando por bichos e humanos, mas o pior é que acaba sobretudo, com os sentimentos. Fico pensando que aquela união entre duas pessoas que teve um fundamento tão apaixonado, simplesmente evaporou-se nada restou.


            As vezes, me entristeço quando vejo a vida de pessoas muito próximas e o que o tempo é capaz de fazer. Ele acaba com o vigor físico, o interesse em conhecer novas gastronomias ou em viajar, em encontrar um encontrar um amigo ou simplesmente, em dá cor a vida, é o tempo pode ser bem cruel.


             Existem aqueles que se salvam do tempo? Acho que os que vivem intensamente os momentos presentes e que não pensam no futuro, mas nem esses conseguem se livrar dos efeitos do tempo, quando se apercebem esses estão aí postos para todos indistintamente. Um fato curioso é que quando se está muito feliz, temos a sensação de que o tempo voa, e quando se está triste que demora uma eternidade.



            Mas o tempo é também um grande aliado, quando se perde um grande amor, não há nada que ajude só o tempo e este é capaz de tornar aquela dor tão sofrida em apenas uma leve mancha na memória da vida.


            Considerando esses mistérios do tempo acho que não deveríamos perder um só instante da vida nos aborrecendo, principalmente com coisas banais, ou criando problemas e necessidades que são impossíveis de ser resolvidas. Para que perder tempo provando que se tem razão, mesmo que se tenha. Quando se vê aquele momento que poderia ter sido aproveitado para sorrir, foi usado para se aborrecer, e quando se percebe já passou e quanto a isso, ninguém pode fazer nada. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CARMEM MIRANDA E O BRASIL





            Descobri o quanto que eu gosto do Brasil quando tive a oportunidade de morar fora e vi que era inconcebível morar em outro lugar. Dentre as coisas daqui a música, a letra, as cores, os ritmos e as alegrias são peculiares. Quando criança via meu pai e minhas tias cantando os sambas de Carmen Miranda, e suas músicas me remetem ao melhor da vida, a infância.



            Carmen Miranda nasceu no início do século XX, entre 1930, quando despontou para o sucesso com a música Taí, a 1939 se moldou como estrela e foi a maior: no rádio, cinema, palcos e casinos do Brasil. Digo sem nenhuma dúvida que até então, nenhuma outra mulher foi tão famosa, querida pelo público, disputada pela imprensa e desejada pelos homens, quando ela.


            Carmen mostrou que o Brasil era uma terra de pessoas alegres, sua alegria segundo Ruy Castro, seu biógrafo mais proeminente, contagiava à todos, o samba cantado por ela, moldou a nossa identidade e o carnaval de rua, que Carmen tanto gostava, com seus blocos e fantasias, a nossa festa por excelência. Sambas como : Tico Tico no Fubá; O que que a baiana tem; Mamãe eu quero;  camisa listada lembram o Brasil em qualquer lugar do mundo onde forem tocados.


            Quando foi para os Estados Unidos aos 30 anos já era uma fenômeno e já tinha identidade própria e originalidade, basta ver suas roupas de palco, com a indefectível baiana. Em Nova York o mercado mais disputado do mundo, levou pouquíssimo tempo para conquistar os americanos, da moda a companhia todos queriam vê-la e ouvi-la. Com o cinema, seu nome alcançou dimensão mundial.


            Seu personagem mais notável é a baiana e através dela o mundo descobriu o Brasil, se fez diva e estrela num espaço em que os latinos são discriminados, teve a perspicácia de cantar o povo e as coisas de sua terra, afora o que fez para o mercado comercial, veio ao mundo para trazer alegria e cantar o Brasil, como nos versos da canção de Ari Barroso: O Brasil do meu amor, terra de nosso senhor; Brasil pra mim, Brasil...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AS PESSOAS E AS CIRCUNSTÂNCIAS



            Esses dias me peguei pensando no que me dizia uma antiga amiga: não existe o amor mas as circunstâncias. Essa teoria desconstrói aqueles nossos pensamentos mais arraigados de que subitamente, a partir de um único olhar se é capaz de amar alguém, ou de um modo geral, desconstrói conceitos do que cada indivíduo não se imagina capaz de fazer.


            Conheci uma mulher bonita, mas sem sucesso financeiro, na casa dos trinta e cinco anos que se casou com um homem que aos vinte ela jamais imaginaria em ficar, mas ele vinha acompanhado de todos os charmes facilitadores da vida contemporânea: viagens internacionais; bons carros e casas; empregados e alto poder de consumo. E aí foi amor, ou foram as circunstâncias?


            Já conheci gente de todos os tipos e digo sem medo de errar, dependendo das circunstâncias as pessoas são capazes de romper os mais sólidos códigos éticos e praticar atos que condenam durante toda uma vida.


            Tenho alguns parâmetros e acho que ninguém está imune: a traição, amorosa/sexual, ou de amizade/lealdade; agradar a poderosos; ou praticar algum ato vergonhoso por fraqueza ou covardia. É tudo vai depender das circunstâncias e ninguém sabe do que é capaz. É fácil ser honesto quando se tem a vida financeira resolvida e não se corre o menor risco de ficar com aquele dinheiro que se achou, já que não se precisava.


            Imagino que ninguém é capaz de dizer que não será capaz de fazer isso ou aquilo, qualquer um pode ser desonesto, traidor, herói e até santo vai depender apenas do momento e das circunstâncias. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

O QUE O TEMPO NOS DÁ





            Quando fiz vinte anos achava que sabia da vida, me imaginava capaz de casar, definir minha vida profissional e dá conselhos com base na minha experiência. Ter trinta anos era algo distante e nos meus planos de então quando essa data chegasse eu já seria estável e teria algum sucesso seja, no que fosse.


            Hoje aos trinta existe algumas vantagens de não ter vinte, a principal delas é perder cada vez menos tempo com bobagens. Só vou ao cinema para ver filmes, aos quais tenha lido as críticas de pessoas que tenham mais ou menos a mesma linha de pensamento que a minha. No quesito restaurantes vou sempre aos mesmos, dois ou três, e peço os mesmos pratos, pois sei do que gosto e do que não gosto e ainda rezo, para vim sempre com o mesmo sabor. Ir a lugares novos, só se meu estado de espírito estiver disposto, pois geralmente dá preguiça.


            As vezes sinto saudades daquela época em que eu arriscava, e era inteiramente sentimental, mas hoje vejo que sempre que me aventuro, me arrependo, seja até mesmo para fazer um compra sem planejamento.


            Nas preferências de viagens, tenho uma cinco no máximo e sei exatamente o que procuro e o que quero fazer. E quando isso acontece tenho a ilusão de que a vida tem alguma estabilidade, embora não seja aquela que eu sonhava aos vinte anos.


            No capitulo relacionamento amoroso é melhor nem arriscar e se entregar como se fazia aos vinte. As mulheres costumam fazer qualquer coisa para não ficar sozinhas. Foi construído que não se pode ir sozinha ao cinema, nem passar o fim de semana em casa consigo mesma, além do que seriamos  frágeis por natureza. Acredito que as mulheres são frágeis mas não a ponto de viver na companhia de alguém que não amam, somente para preencher a solidão e parecer estáveis.



            Hoje vejo que o mais importante é não ter grandes planos, nem correr riscos desmedidos, já que passaremos a vida correndo risco, além do que com o tempo entendemos que não dá mais para perder tempo com bobagens e que a vida é mais do que aquilo que nos disseram para fazer.