Sempre tive dúvidas se a modernidade realmente tinha acabado, pesquisando sobre o assunto encontrei o livro O Pós Moderno de Jean François Lyotard, na verdade trata-se de um relatório encomendado pelo governo canadense sobre o que seria o conhecimento
para o futuro. Esse texto nos diz que a pós modernidade é simplesmente a constatação
de que a ideia de verdade construída lentamente pelos pensadores modernos é
hoje apenas uma hipótese. As leis históricas, as grandes utopias a ideia de que
estávamos caminhando para um mundo melhor, passaram a ser hipótese nenhuma
certeza. Isso nos dá a ideia de que não somos produtores de doutrina, de
verdade absolutas, mas apenas de possibilidades.
A pós modernidade nos traz indicativos de que tudo que produzimos imaginando ser um conhecimento definitivo é na
verdade, uma narrativa. Ser pós moderno é aceitar a diferença e misturar tudo,
nesse sentido intelectuais como Michel Massefoli diz que a pós modernidade
nasceu no Brasil porque aqui, somos capazes de carnavalizar tudo, misturar
tudo. A pós modernidade é a decadência do futuro e a construção do presente é o
fim da ideia de futurismo, é o fim do dever ser que nos amarrava e nos impedia
de buscar um prazer, estamos livres para cada um escolher o seu próprio
percurso.
A pós modernidade aceita que não
existe a criação a partir do nada, não tem a angústia do influencimento, todos
somos influenciados, tudo se mistura, a partir de então, não existiria um
fundamento sólido que explica as coisas. Um exemplo é a cultura, não existe
mais uma linha sólida dividido o que seria cultura de massa e erudição, cada vez mais
a cultura de mercado se mistura com o chamado clássico, fundamentalmente não temos como dizer qual o
gosto que é o melhor gosto. A ideia é a de que as fronteiras rígidas se diluem,
a pós modernidade é a construção de um presente possível.
Os personagens da pós modernidade
são frívolos, consumistas, estão a mercê da sociedade do espetáculo, o que pode
ser comprovado pela exposição em reality shows e redes sociais. Com extrema
ideia de incertezas, transformando cada um em produtor de uma verdade parcial, é
o mundo das construções relativas. Uma coisa tenho por certo a vida é um teatro
e tudo aquilo que a modernidade nos disse como sendo profundamente sério, é uma
construção, somos grandes inventores de mitos. A pos modernidade não
desconstrói nossos mitos o tempo todo, precisamos deles para viver e construir
a vida.
Particularmente prefiro as
incertezas da pós modernidade do que a escravização da modernidade, dilacerada
pelas pré imposições ao SER humano, a modernidade nos escravizou quando quis
fazer de nós militantes de alguma coisa. Estamos mais cínicos, mais céticos, sobretudo, menos ingênuos. A Modernidade não termina a pós modernidade é que começa, e assim, as duas convivem.
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