Me considero limitada em relação à
música, gosto de alguns cantores e estilos e a eles sou fiel. Dentre todos
tenho especial predileção pelo Chico Buarque, trata-se de uma
relação de muitos anos, lembro que estava em plena adolescência e suas músicas
eram um mundo fascinante à ser descoberto. Sentia uma felicidade e bem está ao
ouvir A Banda e tentava entender com
atenção o sentido de Geni e o Zepelin,
que só vim compreender realmente alguns anos depois.
Tenho quase todos os seus discos
conheço quase todas as músicas e com o tempo a predileção se aprimorou, o meu sentimento sobre as suas
músicas passou a ficar mais apurado e seus discos mais refinados com a
gravadora Biscoito Fino. Entendo, ou
imagino entender, o que ele diz e não necessito de grandes manifestações,
gostar dele em silêncio, fazer com que ele preencha o meu mundo com suas
crônicas e poesias, já me basta.
Seu novo disco Na Carreira é ao vivo
e segue uma linhagem sóbria, antes de ouvir já tinha certeza que seria uma boa
compra. O disco é uma reprodução da turnê que o artista fez em fins de 2011 e início de
2012 para promover o disco Chico.
Trata-se de uma obra com arquitetura sofisticada, onde ele mixa músicas desse
último disco com outras que fazem parte de sua produção de mais de quarenta anos.
Voz e instrumentos estão em perfeita
harmonia, o que valoriza a audição do disco. O disco abre com O Velho Francisco (1987) e fecha com Na Carreira (1982). O bom é que esse
disco é o sexto ao vivo na carreira do cantor e marca o seu momento mais maduro
e sereno em palco. Para mim o bom de tudo isso é que comprei um disco que não
vou deixar de ouvir e que sempre vai me remeter ao melhor das músicas de minha
vida.