Esses
dias assisti uma conferência com o professor Michel Massefoli da Sorbonne,
Universidade de Paris, França. O professor é titular da cadeira de Sociologia
que pertenceu a Émile Durkheim. Interessei-me sobremodo, pelo seu estudo sobre
a pós-modernidade. Na leitura que estou fazendo sobre a obra O Tempo Retorna, retirei algumas
impressões, que imagino serem importantes de compartilhamento.
Massefoli
propõe uma volta as formas elementares de Durkheim que considerava serem as
marcas indeléveis de uma determinada época. Com a retomada dessas formas,
poderemos entender o nosso cotidiano pós moderno que se coloca para além do
exacerbamento racionalista que marcou a modernidade iluminista. É preciso
analisar o cotidiano a partir do ponto de vista da vida a fonte diária de
transformações e renovações do dinamismo existencial.
O
ressurgimento da vida cotidiana é a primeira característica da pós modernidade.
Embora continuemos influenciados pela exploração econômica, moral, simbólica e
ideológica. O conhecimento íntimo do mundo vivido não é uma propriedade de
alguns, ou de qualquer ideia institucionalizada, mas um feito de todos os
membros da comunidade.
A
revolução que vivemos da vida cotidiana, nos leva a pensar numa cultura feita
de elementos simples que prescindem do providencialismo agostiniano,
iluminista, hegeliano ou marxista. Essa superação do providencialismo marca a
substituição do paradigma vertical para o horizontal que é a base comum de todo
os fenômenos contemporâneos.
Os
fatos relevantes do mundo cotidiano possuem base no copertencimento como
assinala as redes sociais e as buscas a uma religiosidade pagã, rompendo as
tradicionais hierarquias verticais e com as religiões monoteístas.