Quando era aluna no Mestrado me
divertia vendo um programa que passava na TV Cultura chamado Café Filosófico,
através deste discuti um pouco mais sobre a filosofia de Nietzsche, suas
indagações sobre o mundo e sobre a vida. Para ele o mundo é a única parte da
realidade que é impossível de ser rejeitada. Suas indagações se fundamentam na
crítica aos valores morais da sociedade que lhe é contemporânea. Ele acredita
que os fundamentos da sociedade derivam de civilizações já inexistentes como a
grega e a judaica.
Um fato interessante é que para ele
esses valores não teriam origem divina, mas na vontade de poder de cada um,
embora reconhecesse que o homem necessita de valores religiosos, para enfrentar
as dificuldades da vida, valores esses que originariam uma espécie de
entorpecimento frente ao mundo real, ou seja, para se viver é preciso o
entorpecimento seja ele religioso, ou etílico capaz de aliviar a dureza da
vida.
O bom de Nietzsche é que ele propõe
um supremo desafio ético ao colocar a possibilidade de repensar esses valores
morais da sociedade. Esse desafio seria marcado pelo individualismo e pela lei
do mais forte, que acredito hoje não se adequar a nossa realidade
contemporânea. Mas, esse individualismo que o filósofo prega é o que mais me
chama atenção em sua obra, essa filosofia da solidão, onde a tradição exige
exacerbadamente do homem, que não tem mais a quem apelar, já que para ele os
deuses estão mortos.
Sua filosofia ainda é atual no
sentido que vê a vida como expressão artística como um permanente campo de
experimentação sem pré determinação e constantemente aberto à criação. Além da
importante contribuição de introduzir na filosofia moderna os conceitos de
sentido e de valor. Por tudo isso vale muito reler, pensar e discutir com base
no pensamento de Nietzsche.