O Gabinete do Dr. Caligari de 1920 é o tipo de filme que interessa
aos que estudam, discutem e trabalham com as questões relacionadas ao cinema.
Filme de estilo expressionista com aspecto claustrofóbico e cenários feitos de
papel. Em um jardim ermo o jovem Francis conta a um homem neurótico e
atormentado os acontecimentos que o traumatizaram. Alguns tempos antes a cidade
de Holstenwall foi visitada por Dr. Caligari, um charlatão que frequentava
feiras de variedades com o seu sonâmbulo Cesare. Enquanto Caligari apresenta
seu número na feira, Cesare faz profecias de morte que mais tarde se
concretizam, porque o sinistro doutor manda seu escravo-zumbi para cometer os
crimes que ele previra.
No
fim descobre-se que Francis é paciente de um manicômio e que sua história não
passa de uma fantasia delirante povoada pelos demais internos e pelos
funcionários do local. O filme é uma denúncia de um mundo novo de um novo
século, mas povoado de loucuras e hipocrisias. Os cenários não realísticos e
com sombras pintadas e perspectivas distorcidas eram uma estratégia para perturbar
os espectadores.
O
filme tem uma estética peculiar e é exemplo inicial da mistura entre cinema de
arte e cinema comercial, uma estranheza rebelde coroada para agradar o gosto burguês
que o filme pretendia. Filme essencial para o desenvolvimento do cinema e da imaginação,
além de marco inaugural de diversos elementos do cinema de horror. Para mim
diversão garantida.
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