Lendo
uns textos de filosofia sobre universo interpessoal pensei em escrever sobre a
relação homem/mulher do ponto de vista filosófico. A principio acho que a
relação homem e mulher tem algo de cultural e biológico. Uma das coisas que
provavelmente trouxe a tona a ideia de que a mulher é um bicho esquisito,
estranho, talvez se deva ao fato de que as mulheres passaram a maior parte da
historia vivendo em um espaço reduzido com pouca circulação pública, sendo possível que elas percebessem detalhes que se tornavam
imperceptíveis ao homem.
Na
nossa cultura depois da ideia do feminismo não é possível conviver de forma
tranquila com uma noção do que seja homem e mulher nem tampouco com a noção de
gênero que seria a construção social do homem e da mulher. Uma ideia que torna a
relação difícil é a nossa mitologia de relacionamento que o outro vem nos
completar, a questão é pensar se existe relação existe o outro que é
reconhecido e um outro que é representado e por isso a tolerância mútua é necessária.
Existe
feminismo para todos os gostos, mas existe uma coisa que acho bacana que é a
defesa da construção da identidade das mulheres e de uma auto reflexão que
incluísse sempre o homem com o qual elas não poderiam ficar em guerra. Se os
homens hoje estão em crise com a sua masculinidade, com a sua identidade,
porque são assim como as mulheres obrigados a se pensar. O feminismo sério
que tem mais de cem anos já conseguiu romper com a noção de gênero, ou seja,
com a ideia do natural e do cultural, agora é a vez dos homens, embora definir
um gênero, ou como cada um deve ser acaba sempre caindo na vala comum do
moralismo.
Não
podemos esquecer que todas as definições que conhecemos do que é a mulher na
religião, literatura, artes, cultura como um todo é uma construção dos homens,
como já dizia a famosa Simone de Beauvoir, ela é a outra, o segundo sexo. O homem hoje vem marcado pela falta e pela
impotência ele não precisa mais ser provedor, forte, nem herói e quando ele
sente isso se vê meio perdido em sua identidade, isso gera um mal estar entre
homens e mulheres que é fruto do cotidiano.
Mas
o que pode melhorar a relação é conversar, dizer o que se sente com o aprendizado
da convivência que demanda esforços. Embora o dia a dia seja muito maior do que
os esquemas que conseguimos montar sobre eles e no cotidiano real não sabemos o
tempo todo para onde estamos indo, no mundo real é preciso fugir de arquétipos e
aceitar o outro da forma que ele é sem grandes expectativas, sem muito esperar.
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