Esse livro é de uma beleza sem igual,
primeiro porque é o relato da Cidade de Paris em todo o seu esplendor, depois
porque é situada nos anos 1920 período do desabrochar das mudanças e
transformações do mundo moderno, além do inegável caráter autobiográfico, do
escrito americano Ernest Hemingway. Na época Hem como era chamado pelos mais
íntimos buscava em Paris um ambiente favorável aos intelectuais e artistas.
Acompanhado de sua esposa Hadley, já escrevia e procurava se adaptar a um
ambiente intelectualizado. O livro foi publicado postumamente e isso o torna
ainda mais especial.
Paris se torna quase palpável aos
nossos olhos após a leitura da obra, ele traça os caminhos por onde andou, as
ruas que caminhava, os cafés que frequentava e os amigos com quem convivia. É o
charme da vida boemia em que Hemingway era capaz de deixar de comer, mas não de
tomar um vinho. Quando sentava num café, poderia deixar render toda manhã só
para poder observar a irresistível Paris dos anos 1920 e escrever o que
quisesse sem normas ou qualquer regra.
A leitura é cativante, trata-se de
uma espécie de diário descontínuo, os cafés que ele convivia era frequentado
por grandes nomes da arte do período como: Scott Fitzgerald e Gertrude Stein,
pessoas que Hemingway revela detalhes indiscretos de suas vidas. O bom do livro
é mostrar o homem por traz do escritor, aquele que frequentava cafés em meio a
amigos, vinhos e caderninhos de nota de capa azul para anotar as ideias que
fervilhavam.
A leitura de Paris é uma Festa pode ser uma porta de entrada para outros textos
do Hemingway, além de ser uma fotografia minuciosa da Paris dos anos 1920. Uma
coisa é certa, conhecer Paris todos nós podemos, mas uma cidade em que
conviviam as maiores cabeças da arte do século XX e ainda nos dá a sensação de
fazer parte dessa turma só Hemingway é capaz. Digo sem exagero minha vida ficou
mais bonita após viajar com ele de mãos dadas por esse período. Se você quando jovem teve a sorte de viver em Paris, então a lembrança o
acompanhará pelo resto da vida, onde quer que você esteja, porque Paris é uma
festa ambulante.
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