O
primeiro contato de tive com Jean Luc Godard foi a expressão de seu nome na música do Legião Urbana, e realmente ver
Godard é muito diferente do que ir a uma lanchonete. Se tem um cineasta que
possa sintetizar a modernidade cinematográfica é o próprio Godard de todos os
cineastas da Nouvelle Vague o franco suíço foi o que encarou de forma mais
emblemática as transformações que o cinema viveu pós 1950.
Os
cinemas novos que pipocaram ao redor do mundo nos anos 1960, inclusive no
Brasil, tiveram em Godard seu maior modelo, não só de inovação de técnica e
estilo, mas também de posicionamento político em face da própria situação do
cinema e do mundo. Ele concebia seus filmes como reportagens ficcionais
experimentais, buscando dá conta de tudo que estava acontecendo ao mesmo tempo.
No
Brasil quem melhor dialogou com o modelo de Godard foi por excelência Glauber
Rocha e ainda Sganzerla em o Bandido da Luz Vermelha (1968) a violência
do som e da imagem, remetem diretamente a obra do franco suíço. Sganzerla
partilhava a mesma provocação frontal e articulação rápida de ideias, com uma
quebra proporcional das tradições.
Godard
era questionador e provocava uma asfixia visual, pela cultura, pela arte e pela
história. Para ele uma árvore é uma escolha verde; um carro, o produto da
Revolução Industrial; uma mulher, uma vênus inspirada num quadro de Velásquez.
Ele traz em sua memória também a reminiscência da centena de filmes que assistiu.
O
ápice do seu trabalho com vídeo está na História
do Cinema, concebida entre 1988 e 1998 ali o diretor cria situações
desconcertantes entre imagens palavras e sons egressos de praticamente toda a
história do cinema e das artes. O que dá
para mensurar que este encara as imagens como forma de conhecimento do mundo.
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