Ver
os filmes de Hitchcock por se só já trazem um alto grau de satisfação
cinematográfica se for protagonizado por Grace Kelly então, melhor ainda. Janela Indiscreta (1954) faz parte daquela lista de filme que deveria ser
imprescindível de ver, de início impressiona como um cenário simples se
transforma ao longo da trama em um ambiente de tensão, suspense e medo.
A
história gira em torno do fotógrafo profissional acidentado Jeff interpretado
por James Stuart, influenciado pelo ócio do dia passa a observar os vizinhos de
sua janela até se convencer que um deles o vendedor de bijuterias matou a
esposa enferma, dessa forma tenta provar isso para sua namorada Lisa (Grace
Kelly) e um amigo detetive.
Somos
no filme mais voyeurs do que em qualquer outro que possamos imaginar, como
espectadores temos a exata visão do que o protagonista está vendo através do
seu olhar, com a câmera centrada de forma subjetiva, é a temática da vida
alheia que fascina e impressiona com diversos tipos e sub tramas dos vizinhos
do protagonista. Temos a bailarina, a moça solitária, o pianista, o casal recém
casado, o casal com o cachorro, a artista plástica e o vendedor suspeito do
assassinato.
O
filme se passa lentamente, e as suspeitas de Jeff parecem infundadas até quando
um grito surpreende com a morte do cachorro, indicando que algo tem fundamento.
Janela Indiscreta apresenta elementos típicos da obra de Hitchcock, como a
fotografia sequenciada, o uso da tele objetiva pelo personagem com luz somente
nos olhos do assassino deixando-os mais ameaçadores, além das sombras que
desenrolam as cenas finais.
Penso
que esse filme traduz o que é a experiência do cinema para todos nós ao que
parece quanto mais ele observa a vida dos vizinhos, mais se identifica com a
sua própria vida, quando contesta os benefícios do casamento, desse modo,
imagino quais as medidas que utilizamos na nossa vida, observando a vida dos
outros? Para mim a grande mensagem do filme é que o cinema é realmente uma janela não para os
outros, mas para nós mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário