Quem
disse que o cinema europeu não pode ser leve, divertido, bonito, instigante se
engana ao ver O Fabuloso Destino de Amélie
Poulain, é o tipo de filme que você tem vontade de chamar todos para verem
como você de sua mãe ou tia a seu companheiro amoroso. O roteiro é
relativamente simples Amélie é uma menina do subúrbio que cresce isolada porque
seu pai acredita que ela tem um problema no coração, não frequentando a escola
nem convivendo com outras pessoas, a mãe morre durante a sua infância e ela
passa a viver sozinha com o pai.
Na
maioridade Amélie se muda para Montmarte e vira garçonete do bar Dois Moinhos,
um dia no seu apartamento encontra uma caixa de brinquedos de um antigo morador,
perdida a 40 anos e decide procura-lo para entregar o que acredita ser um
tesouro da vida daquela pessoa, ao entregar os pertences ao dono e perceber o
quanto ele se emociona Amélie muda sua visão de mundo, e decide praticar o bem
de forma indistinta através de pequenas ações e tornar as pessoas com quem
convive mais felizes, até ela própria se descobrir apaixonada e ver que para
ter chance de ser feliz também precisa se permitir correr riscos.
O
filme é expressivo através dos olhos do personagem somos levados a uma Paris
peculiar onde cada recanto tem sua importância, seu valor, os personagens são
deliciosamente caricatos, como a hipocondríaca, o vendedor de frutas, a
zeladora do prédio e o pintor com os ossos de vidro. As figuras de linguagem
como metáforas e metonímias são dignas de aplausos e dão ritmo e charme ao
compasso dessa irresistível comédia
romântica.
O
olhar expressivo de Audrey Tatou nos hipnotiza e dá a ideia de que o mundo pode
ser um lugar melhor para se viver, lembro que vi o filme pela primeira vez a
uns quatro anos e tive a sensação de está dentro de um mundo diferente, os
elementos colocados no filme são estetizados e harmonizados de modo a passar
quase que despercebidos pelo olhar do espectador, a fotografia causa
estranhamento e aproximou minha visão de um conto de fadas moderno.
Acredito
que o filme é um sucesso pelo seu olhar transcendental do mundo, o olhar de que
é sempre possível melhorar, de que ajudar ao outro pode ser uma alternativa, e
que a partir dessa ajuda você possa modificar sua própria vida. E no fim o
espectador tem uma alternativa sorrir se encantar e mergulhar no conto de fadas
moderno da Amélie Poulain que encontra um amor por quem se apaixona a primeira
vista e mostra que viver de forma simples e despretensiosa vale muito a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário