Quando criança vivi numa família que
assumia cargos políticos em minha cidade, cresci ouvindo meu pai dizer que
fazer política era servir ao bem comum, achava aquilo tão bonito que me
fascinava sobremaneira, quando descobri que vivia num regime chamado República
fiquei orgulhosa em saber que significava o governo de todos e estava
relacionada a coisa pública.
Com o tempo vi que existia uma
discrepância entre os fundamentos teóricos e a prática, principalmente no
Brasil, onde a República foi instaurada através de um golpe defendendo
interesses de poucos e não do povo propriamente dito. Mas a virtude republicana
corresponde ao meu ideal político. Cada vida encarna a dignidade da pessoa humana que se encontra acima de
tudo e de todos os outros interesses.
Qualquer prática que defenda
interesses particulares degenera o ideal republicano. A pessoa humana livre,
criadora e sensível é quem detém o poder de escolha dos sistemas, mas
efetivamente na prática as massas continuam arrastadas por uma dança infernal
de imbecilidade e embrutecimento. Mas creio profundamente na humanidade. Sei
que o câncer que corrói os interesses públicos colocando-os abaixo dos particulares há muito
deveria ter sido extirpado.
E quem são os culpados? Na atualidade são vários: sistema de ensino, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.
Tenho forte amor pela justiça e pelo compromisso social e cada vez mais o
cenário de nossa era é difícil em tempos em que a humanidade se apaixona por
finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória e o luxo.
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