A
comida é uma forma de comunicação é através dela que o ser humano vai
explicitar sua visão de mundo. O individuo tem a possibilidade de modificar seu
ambiente e o que é comestível é determinado pela cultura, o estranhamento de
determinados hábitos depende do grupo social que o representa.
Na
Idade Média era comum vim a mesa a carne em peças inteiras, e usava-se as mãos
para se alimentar. Vejo a cozinha de uma sociedade como a forma estrutural de
representação de seus hábitos para isso basta compararmos que existem sociedade
que a vaca é comestível como a nossa e outras que se alimentam de cães que para
nós, são quase pessoas da família.
O
padrão alimentar ocidental, mudou muito nos últimos anos, a partir do pós
guerra nos EUA o ideal era parecer jovem e moderno e na alimentação, isso era
materializado com a coca cola e o hambúrguer e o adolescente era o público por
excelência desse padrão. Vejo que alguns alimentos vivem momentos de prestígio
e outros de baixa, a carne por exemplo, teve o seu consumo aumentado dos anos
1950 a 1990.
Um
fato curioso que acho é em relação a festas e reuniões de pessoas, na década de
1950 e 1960 grandes festas tinham que ter coquetel de camarão e comida boa era
aquela cozida com gordura, usava-se até banha de porco. Hoje numa rápida visita
pelas internet vejo que existe até bolo pop feito de chocolate kit kat e envolvido com uma fita. Não faz
muito tempo a cozinha molecular representada por Ferran Andria era o que tinha
de mais moderno, hoje o ideal é o retorno a práticas naturais como os alimentos
orgânicos.
Entendo
que as práticas alimentares na atualidade estão cada vez mais influenciadas
pela publicidade e a indústria tem sido eficaz nesse sentido ao outorgar
símbolos a tudo que produz e a comida é associada ao status social. Mas na
contemporaneidade uma coisa é certa a culinária se mundializou e em qualquer
praça de alimentação de shopping center se encontra representações de boa parte
do mundo.
Uma
coisa é certa hoje vivemos no mundo alimentar a cultura da quantidade e não do
sabor com a ausência de uma cultura ligada a gastronomia que é vista mais como
um luxo do que uma arte.
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