O nosso país adquiriu
hábitos e costumes da arcaica corte portuguesa que se encontram arraigados ao
imaginário coletivo do nosso povo. Nas monarquias europeias era comum o costume
do Beija Mão, onde as pessoas
procuravam o Monarca em fila para beijar sua mão, agradar, pedir favores ou
simplesmente ficar perto do poder. No Brasil o ritual do Beija mão foi
introduzido por Dom João VI e permaneceu até o ultimo Imperador D. Pedro II que
o aboliu em 1870, após uma de suas viagens a Europa. Era a oportunidade que os
brasileiros tinham de vestir sua melhor roupa, de se sentir mais perto da
Monarquia e íntimos de quem mandava.
Machado de Assis no capítulo “O Imperador” do
romance “Dom Casmurro” faz alusão ao ritual, mostrando o grau de intimidade que
o brasileiro sempre teve com o poder (...)
o imperador entrou em casa de Dona Glória! A nossa família saía a recebê-lo,
minha mãe era a primeira que lhe beijava a mão. Com a introdução da República, o simbolismo da
prática permaneceu quem dormiu monarquia acordou republicano desde a infância,
o que importava acima de tudo era permanecer nas cercanias do poder e agradando
quem lá está.
Com
as eleições de outubro próximo, o ritual do Beija Mão, permanece de forma
subjetiva, mais arraigada do que nunca na construção coletiva de quem é
partícipe do poder. A imprensa propaga as alianças político partidárias que
para o bom senso pareceriam estapafúrdias. Não existem ideologias de nenhuma
natureza, o que há são os projetos banais do poder pelo poder. E o povo
continua a Beijar a Mão da “Monarquia”, como forma de defender tão somente, os
seus interesses pessoais. O público é tão somente uma extensão do privado.
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