Analisando acervos sobre as artes
plásticas nacionais elaborei uma lista de obras consideradas referência para a
história da arte brasileira. Do academicismo de Almeida Júnior, passando pelo
modernismo e concretismo, até chegar a produção contemporânea nacional. A lista
não tem a pretensão de esgotar o debate, inúmeras outras obras podem ser
acrescentadas, o que pretendo é jogar luz dentro de uma perspectiva temporal as
artes brasileiras.
Almeida Júnior (1850-1899)-
o pintor estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro entre
1869 e 1874. Em 1876 recebeu uma bolsa de estudos do Imperador D. Pedro II e
estudou na Franca até 1882. As telas que representa cenas e personagens da
província paulistana em sua vida interiorana são considerados a parte mais
importante de sua produção, caso do célebre óleo sobre tela O Violeiro (1899).
Lasar Segall (1891-1957)-
Lituano de nascimento, Segall veio para o Brasil em 1923, já como um legítimo
representante das vanguardas europeias. O artista dizia que o Brasil tinha lhe
revelado o milagre da cor e da luz, distanciando seu trabalho da sobriedade e
dos tons cinzentos e terrosos. Bananal
(1927), em tons de verde reverberam de forma mais ritmada pela tela é
característica dessa nova fase.
José Pancetti (1902-1958)-
o ex marinheiro carioca começa sua obra na década de 1920, de forma
completamente intuitiva e autodidata, nos momentos de folga ou de solidão em
alto mar. No início dos anos 50 muda-se do Rio para Salvador e as cores dos
seus quadros passam a sofrer influência da luminosidade do litoral baiano, caso
emblemático deste conhecido óleo Musa de
paz (1950).
Waldemar Cordeiro (1925-1973)-
nasceu em Roma, onde estudou na academia de Belas Artes. Em 1948, se muda para
São Paulo. Convexo (1954) é um importante exemplar de desenvolvimento da arte
concreta tal como concebida por Cordeiro: fatura impessoal e a criação de uma
realidade visual a partir de elementos gráficos simples.
Nelson Leirner (1932)-
suas obras colocam em cheque o sistema de arte. Em 1967, enviou para o quarto
salão de Arte Contemporânea do Distrito Federal um porco de verdade
(empalhado), obra que foi aceita pelo júri. Hoje O Porco (1967), já está
incorporado ao sistema que questionou sendo importante obra das artes
nacionais.
Edgard de Souza (1962)-
um dos mais importantes artistas de sua geração, surgiu nos anos 80,
trabalhando com pintura, desenho e gravura, mas passando, na década de 1990, à produção
de objetos e esculturas que tomam a medida do corpo como experiência para o
fazer, em trabalhos artesanalmente construídos, e de forte caráter erótico,
como a série gotas.