A
Belle Époque é conhecida como um
momento de trajetória na história francesa, no Brasil surgiu com a República e
foi sendo rompido após o movimento modernista dos anos 1920 e 1930. Foi um momento
de florescimento do belo de avanço e de paz, nesse período, o Brasil avançou
nas relações com a França. É o momento que surgem novas descobertas e
tecnologias e o cenário cultural fervilha. Paris é o centro da cultura mundial com
seus cafés concertos, balés, operas, livrarias, teatros e alta costura. No Brasil
uma publicação de circulou de 1907 a 1945 expressava esse momento, notadamente
à sociedade carioca. Tinha o nome de FON
FON, como alusão as buzinas dos automóveis considerados meios de transporte
muito modernos para a época.
A revista se
apresentava como “semanário
alegre, politico, critico e esfusiante, noticiario avariado, telegraphia sem arame,
chronica epidemica”. A
publicação apresentava em primeira mão as últimas novidades de Paris, enfocava
sobretudo a moda, os estilos e a mudança de vida da burguesia carioca. Por suas
páginas desfilavam os tipos da cidade, damas, políticos, filhas de políticos e
rapazes da “alta sociedade”, assim como todo tipo de esnobismo. Tinha preocupação
também em elucidar fatos políticos da época e nas primeiras páginas trazia “vultos”
do cenário político internacional como, por exemplo, representantes da
decadente nobreza europeia.
O Rio de Janeiro era
o cartão postal da República, e a sociedade adotou o estilo de vida da Belle
Époque, o importante era se comportar como um aristocrata europeu. No periódico
as propagandas foram o que mais me chamaram à atenção e mostram que o carioca
deveria vestir-se como aristocratas e dândis e consumir mercadorias de luxo. Na
edição de fevereiro de 1910 a joalheria Esmeralda,
anuncia a venda de joias brilhantes e relógios a preços pela metade. Na edição
de 03 de fevereiro de 1920 anuncia que um Chevrolet
pode ser um amigo excelente pronto a prestar os seu uteis serviços, com conforto,
satisfação e economia.
A jovem mulher da
Belle Époque deveria ser bem educada e seguir as idiossincrasias de falar
corretamente a língua francesa, possuir gosto para a limpeza e o autocuidado
além de saber falar tão bem que num grupo todos deveriam parar para ouvi-la. Andar
na moda era usar os grandes chapéus cloche
e os homens importar suas camisas direto de Paris. A euforia dos novos tempos
também chegou à mesa pratos como Virado de Feijão com Ovos e Linguiça viraram Méro sauce d’Artagnan ou Riz au
Four à la Kyrial, era uma forma de tornar elegante
a apresentação do prato.
Hoje ao ler os
exemplares do periódico percebo a necessidade que o novo regime político tinha
de parecer moderno, era preciso banir tudo o que fosse alusivo ao antigo
regime, e para isso não bastava às reformas urbanísticas do prefeito Pereira
Passos, era preciso mudar o estilo de vida, haveria a necessidade da construção
do consumo do supérfluo. Os prestígios da cultura da época, do povo francês
fariam do Rio de janeiro, capital da República um lugar moderno.