Sempre vi Louise Brooks como o
protótipo da mulher dos anos 1920, corte a la
garçonne, olhos pretos profundos, vestidos esvoaçantes e certa loucura
caraterística daqueles anos pairando no ar. Parece uma moça incontrolável, uma
mulher que não esperava por regras estava a frente do seu tempo, vivia de
acordo com seus próprios termos. Isso fica claro em A Caixa de Pandora de (1929) um filme alemão feito no fim do cinema
mudo.
O enredo envolve uma mulher de nome
Lulu, que afirma não ser prostituta, enquanto vemos que se comporta exatamente
como tal. Ela está entretendo o medidor de relógio quando o filme começa então
dá boas vindas a um velho e espigado homem, que poderia ser seu pai, seu
cafetão ou ambos. Ele quer que Lulu encontre um acrobata, para uma apresentação
num trapézio, mas antes ela recebe a visita de seu amante e patrão Shon editor
de um jornal.
Shon está deprimido, está prestes a
se casar e quer romper o relacionamento entre eles. Fica ainda mais deprimido
quando encontra, o homem velho escondido com uma garrafa atrás de um móvel. Lulu
vai encontrar Shon no escritório deste onde é um imã erótico para o filho dele
Francis e para uma condessa, que é, com certeza, uma das primeiras
manifestações lésbicas do cinema. Lulu vira dançarina numa revista produzida
pelo filho do amante. Shon a noiva e o filho vão aos bastidores. Shon se
descontrola beija Lulu e é flagrado pela noiva. Ele acaba casando com Lulu.
O interessante é que todo homem que
ama Lulu morre violenta e inesperadamente. A expressão de seu rosto durante um
tiro acidental de um personagem é fascinante. Ela parece está fora de sua
própria vida, vendo-a passar. O filme é feito de cenas fortes para a época,
quando Lulu é vendida por um marquês a um egípcio, ou quando ela morrendo de
frio procura se prostituir para ajudar ao cafetão e é assassinada por Jack
Estripador.
Gosto de Brooks porque é moderna, não
tem a maquiagem ultrapassada das estrelas do cinema mudo. Como se inclina de um
homem a outro a única coisa constante é a sua vontade. Ela não quer dinheiro
nem sexo; somente satisfazer e alimentar seu egocentrismo. Poderia ser
desagradável mas ela torna um passatempo fazendo o filme agradável.
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