Quando fiz vinte anos achava que
sabia da vida, me imaginava capaz de casar, definir minha vida profissional e
dá conselhos com base na minha experiência. Ter trinta anos era algo distante e
nos meus planos de então quando essa data chegasse eu já seria estável e teria
algum sucesso seja, no que fosse.
Hoje aos trinta existe algumas
vantagens de não ter vinte, a principal delas é perder cada vez menos tempo com
bobagens. Só vou ao cinema para ver filmes, aos quais tenha lido as críticas de
pessoas que tenham mais ou menos a mesma linha de pensamento que a minha. No quesito
restaurantes vou sempre aos mesmos, dois ou três, e peço os mesmos pratos, pois
sei do que gosto e do que não gosto e ainda rezo, para vim sempre com o mesmo sabor. Ir a
lugares novos, só se meu estado de espírito estiver disposto, pois geralmente dá preguiça.
As vezes sinto saudades daquela
época em que eu arriscava, e era inteiramente sentimental, mas hoje vejo que
sempre que me aventuro, me arrependo, seja até mesmo para fazer um compra sem planejamento.
Nas preferências de viagens, tenho
uma cinco no máximo e sei exatamente o que procuro e o que quero fazer. E quando
isso acontece tenho a ilusão de que a vida tem alguma estabilidade, embora não
seja aquela que eu sonhava aos vinte anos.
No capitulo relacionamento amoroso é
melhor nem arriscar e se entregar como se fazia aos vinte. As mulheres costumam
fazer qualquer coisa para não ficar sozinhas. Foi construído que não se pode ir
sozinha ao cinema, nem passar o fim de semana em casa consigo mesma, além do que seriamos frágeis por natureza. Acredito que as mulheres são frágeis mas não a ponto de
viver na companhia de alguém que não amam, somente para preencher a solidão e
parecer estáveis.
Hoje vejo que o mais importante é não
ter grandes planos, nem correr riscos desmedidos, já que passaremos a vida
correndo risco, além do que com o tempo entendemos que não dá mais para perder
tempo com bobagens e que a vida é mais do que aquilo que nos disseram para fazer.