Esses dias me peguei pensando no que
me dizia uma antiga amiga: não existe o amor mas as circunstâncias. Essa teoria
desconstrói aqueles nossos pensamentos mais arraigados de que subitamente, a
partir de um único olhar se é capaz de amar alguém, ou de um modo geral,
desconstrói conceitos do que cada indivíduo não se imagina capaz de fazer.
Conheci uma mulher bonita, mas sem
sucesso financeiro, na casa dos trinta e cinco anos que se casou com um homem
que aos vinte ela jamais imaginaria em ficar, mas ele vinha acompanhado de
todos os charmes facilitadores da vida contemporânea: viagens internacionais;
bons carros e casas; empregados e alto poder de consumo. E aí foi amor, ou
foram as circunstâncias?
Já conheci gente de todos os tipos e
digo sem medo de errar, dependendo das circunstâncias as pessoas são capazes de
romper os mais sólidos códigos éticos
e praticar atos que condenam durante toda uma vida.
Tenho alguns parâmetros e acho que
ninguém está imune: a traição, amorosa/sexual, ou de amizade/lealdade; agradar
a poderosos; ou praticar algum ato vergonhoso por fraqueza ou covardia. É tudo
vai depender das circunstâncias e ninguém sabe do que é capaz. É fácil ser
honesto quando se tem a vida financeira resolvida e não se corre o menor risco
de ficar com aquele dinheiro que se achou, já que não se precisava.
Imagino que ninguém é capaz de dizer
que não será capaz de fazer isso ou aquilo, qualquer um pode ser desonesto,
traidor, herói e até santo vai depender apenas do momento e das circunstâncias.