Sou
assumidamente fã de filmes antigos, particularmente os filmes da década de 1950, considerada a época
de ouro do cinema de Hollywood. Embora não figure nas listas das obras primas
de Alfred Hitchcock Ladrão de Casaca, de 1955 é um excelente filme, com várias
das marcas registradas do mestre do suspense. Mas uma vez, Hitchcock vai se
debruçar com um dos seus temas preferidos, o de um homem sendo procurado por um
crime que não cometeu. Nesse caso, o homem é John Robie um antigo ladrão de
joias americano conhecido como The Cat,
que vive sossegado em sua bela mansão na Riviera Francesa até que uma nova onda
de roubos de joias começa a tomar conta da região e as suspeitas recaem sobre ele.
Logo de início temos uma perseguição sobre as belas curvas sinuosas da Côte D’Azur,
as cenas tornam-se ainda mais fantásticas graças às tomadas aéreas feitas de um
helicóptero, o que não era comum para a época. Hitchcock também tempera o filme
com outras características que são típicas de sua obra, como ele próprio aparecer
no filme, ou quando fala de receitas e comidas.
Outro
aspecto interessante é o romance vivido por Kary Grant e Grace Kelly, que mesmo num filme de suspense assume importante papel.
Francis sua personagem ocupa boa parte da trama, desde que ela aparece pela
primeira vez em cena é impossível não ficar hipnotizado com seu charme e elegância.
A filmagem no formato Vista Vision equivalente ao Cinemascope, figurinos impecáveis
desenhados por Edith Head e os diálogos cheios de malícia entre ela e Kary Grant,
marcaram a sua última parceria com Hitchcock. Logo após ela se tornaria Princesa
de Mônaco e abandonaria o cinema.
Quis
o destino que Grace Kelly morresse em 1982 na mesma estrada em que aparece
dirigindo o seu carro conversível em algumas cenas do filme. A minha sorte de
ter a oportunidade de conhecer e procurar entender o filme, é o grande trunfo do
cinema que tem a capacidade de imortalizar ícones no auge de seu talento e beleza,
e possibilitar que outras gerações conheçam o que foi produzido. Pelo charme da
Riviera Francesa e dos atores, do romantismo da trama e da expectativa que Hitchcock
provocou em mim para decifrar o enigma do filme é que o tenho na minha lista de
melhores do cinema.
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