A
primeira Guerra Mundial foi responsável por manter as mulheres como importantes
peças capazes de manter a economia girando. A Guerra permitiu que elas tomassem
consciência de sua capacidade de substituí-los, foram: enfermeiras,
professoras, costureiras e carteiras, assumindo um lugar na agricultura e na
indústria principalmente a bélica.
Na França em 1920 explode o número
de divórcios, mais de 40 mil. Em 1922, é lançado o romance La Garçonne (A emancipada), um livro escandaloso para a época, onde
a heroína se vinga da traição do namorado, corta os cabelos, passa a trabalhar
e experimenta todos os prazeres proibidos indo das drogas ao homossexualismo. No
mesmo dia o sufrágio feminino é negado.
As atletas são as novas heroínas, ocupam espaços
onde a coragem, a ousadia, a resistência física e o gosto pela aventura são
considerados qualidades inerentemente viris. A moda passa a ser mais fluída
livre dos espartilhos. Coco Chanel, Elsa Shiaparelli, Madeleine Vionnet conquistam
a alta-costura e, paradoxalmente são elas que quebram os códigos e se aproximam
das formas de moda masculina. A mulher podia vestir um smoking, uma gravata
borboleta e exibir uma silhueta, sem seios, nem nádegas, nem quadris.
As mulheres estudam mais, o movimento
feminista avança, mas a crise econômica de 1929 as vésperas da Segunda Guerra Mundial,
adia as conquistas democráticas femininas. A imagem da garçonne se enfraquece:
os saltos ficam mais altos, as saias mais longas, assim como os cabelos. É a
vez da mulher fatal.