Quando
Maria Antonieta foi lançado em 2006 fui ao cinema, ver sua estréia, e lembro
que me impressionei mais com as cores, e tom romântico da película, do que com o filme em si, nesses dias
de ócio criativo, resolvi rever e tirar algumas impressões. O filme é
considerado como uma das obras primas da diretora Sofia Copolla. De inicio
causa impacto as cores alegres e as músicas atuais, que formam um contraste
interessante com a atmosfera do século XVIII. Um outro fato de relevância no
filme é que não está centrado na morte de Maria Antonieta, nem na propaganda
negativa feita sobre sua pessoa, mas na sua vida.
No
início mostra a jovem Maria Antonieta, que sai de sua Áustria natal, em busca
do apático marido, de um novo reino já decadente, com problemas e desavenças
internas. Aqui se mostra a inocência de uma adolescente diante de um mundo
perverso e incomum. A jovem quando se despe dos ornamentos de sua corte, e
assume uma nova vida, na França, se vê perdida diante de tantas regras de
etiqueta e desnudada perto de estranhos.
Para
mim, o ponto alto do filme, é quando ela passa a usar sua posição de soberana
para criar uma atmosfera irreal, de sonho, e fugir da formalidade e das tensões
da corte. A vida que levavam em Versalhes, era o de uma ilha da fantasia,
estima-se que 6% do que era arrecadado no país era destinado ao castelo. Nesse
ambiente, o decoratismo barroco é mostrado em toda a sua plenitude.
Uma
reprodução fiel a história é a fase campestre de Maria Antonieta, quando ela se
recolheu no Trianon para fugir do protocolo da corte. Ali ela abandona as
vestes pomposas e se mostra em trajes campestres. O bom do filme é que ele
desmente a famosa frase do brioche.
Após a
queda da bastilha os então aliados fogem e outros são pegos, Maria Antonieta
passa a ser odiada, e se instaura uma fase de luto, a família real é obrigada a
se mudar para Paris dizendo adeus para sempre a vida de conto de fadas. E assim
o filme é terminado e é aí, que está a melhor mensagem do filme, não mostrar
Maria Antonieta como a figura construída pelos vitoriosos burgueses e por sua
propaganda negativa.
O que
Copola fez nesse filme foi ir na contramão dessa propaganda negativa em torno
da figura de Maria Antonieta, mas fazer um tributo a imagem daquela mulher com
sua vida e seus amores. Seu objetivo foi alcançado com uma prodigiosa festa de
cores e lugares exóticos. O filme é festa para a história e para a educação
visual.