Naturalmente temos uma tendência
para a simetria, consideramos que tudo deve está ordenado, harmônico, alinhado.
Nas artes essa tendência foi por muito tempo majoritária e acredito que ainda o
é entre a média das pessoas. Na Grécia Antiga, o artista se preocupava com a
reprodução da realidade voltada para a perfeição das formas.
Nas obras de arte daquele período
não há corpo humano que seja tão simétrico. A cópia meticulosa da aparência
passava por um processo de embelezamento e era comum se omitir qualquer
imperfeição. Essa simetria influenciou os conceitos de beleza da sociedade
ocidental que associa o belo as noções de gosto, equilíbrio, harmonia e
perfeição.
No século XX essa noção de simetria
foi contestada por muitos artistas e o assim assimétrico se destacou, a própria
noção do que seja arte foi contestada e foram incluídos materiais e técnicas
antes jamais pensadas. Marcel Duchamp
(1887-1968), artista francês criou o termo ready
made para classificar a utilização de um ou mais artigos de uso cotidiano,
selecionados sem ritérios estéticos e expostos como arte em lugares
especializados como museus e galerias.
Outro exemplo de rompimento foi a pop art surgido na Inglaterra nos anos
1950 e muito usando nos Estados Unidos na década de 1960 também usava objetos
comuns como garrafas e tampinhas e tinha o objetivo de criticar o consumismo, Andy Warhol (EUA 1928-1987), apresentava
personalidades públicas e produtos relacionados ao consumismo do povo norte
americano como refrigerantes e latas de sopa.
A arte simétrica passa a conviver
com o assimétrico. Para mim, arte é a transformação simbólica do mundo que nasce da cabeça do artista, onde é
influenciado pela sua cultura que transforma sua visão de mundo, daí a
modernidade foi capaz de criar beleza para o assimétrico.