Os
anos 1920 são para mim um período de admiração e curiosidade já falei outras
vezes aqui no blog sobre essa época, há tempos vinha pensando em escrever um
texto sobre Josephine Baker mulher ambivalente complexa e multifacetada. Grande
estrela do período. Sem levantar bandeiras políticas ou se engajar no movimento
de emancipação feminina, assumia um comportamento vanguardista. Seus biógrafos
contam que era uma mulher de personalidade forte, dinâmica, extrovertida e
desprovida de maiores pudores. Quando sentia atração por um homem, fazia sexo
com ele.
Josephine
Baker nasceu em 1906 nos Estados Unidos no Estado de Missouri. Filha de
uma afro americana de descendência indígena e um músico negro passou a infância
num ambiente de penúria. Foi garçonete e deixou sua terra natal com um grupo de
artistas mambembes. Fez algumas apresentações americanas, passou por
dificuldades financeiras e na década de
1920 vai para Paris. Em 1925 a jovem sorridente e de olhos esbugalhados explodia
no palco com uma energia vulcânica.
Vendo
seus vídeos hoje para mim ainda parecem impactantes é uma mulher que mexe com
as emoções explorando suas habilidades pantomímicas, fazia caretas,
contorcia-se, remexia-se e gingava-se freneticamente de um lado para outro.
Balançava as nádegas ao som sincopado do jazz
e do Charleston, a mais nova
sensação musical do momento. O interessante é que ao vê-la em cena as plateias
francesas ficavam em estado de excitação, convictas que tinham encontrado algo
novo, insólito, porém fascinante e hipnotizador. Ao que parece ela era o
arquétipo de uma nova fantasia moderna, fonte de prazer, vitalidade,
desprendimento e liberdade.
A
performance de Baker nos palcos não passava silenciosa. Misto
de teatro, dança e música, a linguagem artística de seus espetáculos fundia
elementos corporais e sonoros afro, mas extremamente criativos e engenhosos. No
final da década de 1920 o sucesso da
Vênus Negra era engenhoso foram lançados perfumes, brilhantinas, roupas e
bonecas com sua marca. Seu cabelo alisado e grudado a cabeça tournou-se a moda
do momento entre as mulheres. Pela primeira passou a ser bonito substituir a
brancura da pele pela aparência bronzeada.
Foi uma dessas mulheres liberadas dos anos 1920 que não se submetia a códigos de conduta. Foi alvo de alvo de diversas polêmicas de natureza moral. Referência indiscutível do movimento artístico do século XX, o Modernismo, foi uma das mulheres mais cultuadas do período. Era sobretudo, um espírito iluminador, símbolo do cosmopolitismo artístico-cultural da vez. Ícone moderno, mulher enigmática e grande artista.