Vi o Gângster (2007) numa daquelas tardes
tediosas, não dei muito crédito ao filme, depois senti que se tratava de uma grande obra e resolvi rever para tirar algumas conclusões aqui para o blog. Assim como O Poderoso Chefão, é um filme sobre a máfia. Não há no entanto, a
romantização do crime, nos dias atuais sabemos que é possível combatê-lo com
sucesso. Baseado na história real de Frank Lucas, que foi o rei da heroína em
Nova York entre 1968 e 1975, o Gângster é ao mesmo tempo o tributo e uma revisão
do gênero que consagrou Francis For Coppola, mas sabendo que o filme não pode
ser comparado a obra de Coppola que deu status de arte ao gênero.
O Gângster é uma tentativa de
reproduzir essas proporções épicas, e traz dois dos melhores atores do cinema
atual Denzel Washington e Russel Crowe. O resultado é um produto sólido,
eficaz, digno, mas não uma obra prima. No início o personagem vivido por Denzel
Washington aparece como motorista, segurança e cobrador de dívidas de Bumpy
lendário dono do crime no Harlem. Quando este morre em 1968 Lucas é o mais
próximo para sucede-lo. Mas ele consegue assumir o lugar do antigo chefe com
uma mistura de atitudes discretas e ameaças de violência.
Lucas é um homem que quer
transformar o crime organizado não apenas como uma atividade racional, mas
também um negócio regido pela lógica empresarial. E o essencial da lógica do Gângster
não está na violência dos crimes ou no glamour do estilo de vida, e sim na
organização do crime como um negócio. Lucas não pertence ao gangsterismo tradicional
(italianos e irlandeses), e sim a comunidade negra, o que torna seu caso único
não foi sua origem mas, seus métodos empresariais.
O filme é descendente direto da
política da tolerância zero, e do não as drogas e também resultante de uma
visão menos cínica resultante do fato das cidades americanas provaram ser
possível triunfar sobre o crime. O Gângster é uma obra legalista, que crê na
redenção pela justiça em um país democrático.
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