Ao
ler o livro três mulheres fortes da francesa Marie Nadaiye o que se sente é um
sensação de desconforto que só os grandes livros trazem. O livro ganhou
importância a ponto da autora ganhar o mais importante premio da literatura
francesa.
De
inicio o que chama atenção é a escrita bem elaborada de Marie que nos conduz
cinematograficamente para dentro da história e essa é uma característica dos
grandes escritores. O livro narra três histórias que se cruzam, mas que
conseguem se manter sozinhas.
A
primeira é a de Norah, que chega de viagem para algum lugar distante para
visitar o seu pai. O encontro proporciona uma sensação de desconforto e
estranhamento o que é a base da relação
de ambos. A descrição do local e da fragilidade das relações é tão intensa que
demostra o silencio e a magoa entre ambos. A pergunta que ela se faz é por que
estou depois de tanto tempo.
A
segunda história começa de uma forma diferente trata-se de Rudy Descas um homem
que é ressentido com a mulher e que tem dificuldades de enfrentar os seus
maiores medos. Ele é uma figura insegura, medíocre e covarde, mas mesmo assim
parece ainda amar a esposa apesar de não entender o que ela faz por ele.
A
terceira história Kandy Demba que acabou de perder o marido e será despejada da
casa de sua família. O questionamento é saber que o marido era um bom homem mas
agora como seguir em frente numa situação sem esperança.
Apesar
dos sofrimentos dos personagens, e das situações terríveis em que vivem a autora
mantem um certo distanciamento deles e parece só assistir tudo de longe. O que
impressiona é o nível de humanidade dos personagens, com seus defeitos e
mesquinharias, com uma mistura de tudo isso, tão próximo de todos nós. Dai se
tratar de um grande livro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário