Já
fui de calar sobre o que eu sentia, sofria muito, e é por isso que hoje sou de
falar, embora de forma ainda contida, mas falo e nem compactuo mais com aquele
tipo de silêncio que é capaz de prejudicar.
Para
a sociedade, onde o ideal é a “boa convivência”, falar o que se sente pode ser visto
como uma fraqueza. Ao passo que a absoluta sinceridade é capaz de
vulnerabilizar quem assim se posiciona. Perde-se o mistério e a pessoa fica
exposta e essa exposição não agrada a ninguém nem nos atrai.
Se
a verdade pode ser perturbadora para quem fala, é libertadora para quem escuta.
Todas as dúvidas clareiam e a sensação que se tem é de que finalmente ele sabe. Acredito
que a maioria das relações entre familiares, amantes ou amigos, se amparam em
mentiras parciais e verdades pela metade. Parece que só conseguimos manter as
pessoas ao nosso lado se elas não souberem tudo, ou ao menos se não souberem o
essencial.
Sem
a verdade “nua e crua” através da manipulação, a relação passa a ficar doentia,
inquieta frágil. Em vez de uma vida a dois passa-se a ter uma sobrevida a dois.
Deixar o outro inseguro é uma forma de prendê-lo a nós.
Economizamos
o eu te
perdoo eu te compreendo eu te aceito como és, e o nosso mais
sincero eu te amo. Hoje vejo que mais do que mentiras o silêncio é uma
arma mortal do relacionamento entre as pessoas. Feliz dia do amigo, para quem me ouviu e para quem eu me calei.
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