O
homem para viver em sociedade necessita, seguir um código de conduta pré
estabelecido pela coletividade que determina o seu comportamento perante si e
perante os outros. Contudo, esse código não é fixo, ele é mutável e obedece períodos
históricos, classes sociais, interesses das mais diversas naturezas.
Pensando nesse panorama sociocultural,
fico indagando sobre o casamento. Nas sociedades primitivas, como por exemplo,
entre os nativos brasileiros de algumas tribos, o amor não é o elemento central
na escolha do marido, as mulheres preferem um grande caçador, um guerreiro e
até um curandeiro. O afeto não é demonstrado por mãos dadas ou beijos. A mulher
pinta o corpo do marido de urucum e carvão, conversam e fazem tarefas juntos.
Na sociedade que vivemos, antes de
representar afeto o casamento sempre foi um contrato de interesses, sejam eles,
familiares ou de casta, políticos, econômicos ou culturais. Acredito que essa
obrigação de uma paixão avassaladora é antes de qualquer coisa, uma construção
social resultado da modernidade, com claras influências do movimento Romântico,
do cinema e das telenovelas.
Uma coisa não pode ser prescindida
no relacionamento conjugal é o respeito, o cuidado, o afeto e muitas vezes até
o amor, mas um amor maduro daqueles sem grandes afetações, onde o cuidado com o
outro seja o objetivo central do relacionamento. Mas faço aqui uma ressalva, um
abraço de vez em quando é algo imprescindível, para uma longa vida juntos.