quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SOBRE POLÍTICA, CARNAVAL E DEMOCRACIA.




Dizem que o homem é um animal político por excelência, na escala evolutiva da história foi preciso que ele se agrupasse com outros de sua espécie para que pudesse ser mais forte, já que era o mais fraco em constituição física dentre os animais da natureza. Esse sentimento de agrupamento é responsável por criar os grupos sociais e com eles a sociedade como um todo.


Como o homem não é autárquico necessita de uma garantia exterior a ele enquanto individuo é aí que entra a política, como instrumento capaz de normatizar a vida em sociedade, e que busca como fim último a felicidade comum. Acredito que esse conceito na prática é imensamente deturpado, entendemos contemporaneamente política somente na dimensão da administração pública executada por gestores a quem damos titularidade para administrar os interesses da coletividade.


Democracia seria esse regime de governo em que as pessoas, o povo, é o responsável por tomar decisões relacionada aos interesses de todos. No caso do Brasil, vivemos numa democracia indireta na qual os representantes são eleitos pelo povo, como tido para atender os interesses da coletividade.


Ontem fui ver uma manifestação de candidatos a eleição municipal da chapa governista. E fiquei indagando sobre esses conceitos. Me vi na Roma Antiga em que os interesses de uma casta privilegiada daqueles que são amigos do poder sempre prevalecem em detrimento dos interesses do povo. Vi várias pessoas com interesses claramente pessoais e cada um defendendo o seu terreno, a bandeira coletiva que se torna individual. O curioso é como o povo, a maior parcela dos participantes, entram como autômatos nessa marcha, dançam, cantam se entusiasmam e imaginam que a vida pode melhorar, mas o triste é que a vida melhora sim, mas para os amigos do poder.


Uma coisa bem particular do Brasil é a forma de manifestação pública, afora qualquer conceito sociológico, o povo se entorpece de álcool e entusiasmo carnavalesco, cada um com sua fantasia, seu bloco, seu cordão, seu abre alas. No fim tudo vira um grande carnaval, os candidatos e políticos de maior renome, são os artistas, da festa, o povo a grande massa necessária para o acontecimento e a pequena parcela privilegiada, os verdadeiros donos do poder.  

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