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domingo, 13 de julho de 2014

O IMPRESSIONISMO

Impressão: sol nascente. Monet. 
            Em 1874 um grupo de artistas organizou em Paris uma exposição de quadros independente, numa tentativa de encontrar uma saída para suas obras que se encontravam a margem do Salão Oficial. O quadro que marca os limites desse movimento é Impressão: sol nascente de um dos participantes Claude Monet. Não existe uma definição precisa que condense o número de quadros que possam ser descritos pelo termo Impressionista, mas algumas características são definidoras: a paisagem impressionista por excelência possui tamanho pequeno, irregular em relação a composição, era realizada ao ar livre, as cores são quase sempre brilhantes e contrastantes, a pincelada é livre e intuitiva.

Regata em Argenteuil. Monet. 
            Os principais integrantes do grupo de 1874 são: Claude Monet (1840-1926), Camile Pissarro (1830-1903), Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Paul Cézzane (1839- 1906). As técnicas dos Impressionistas constituíam meios para unir a cor e o desenho em um só traço. Tradicionalmente a pintura impressionista é tida como totalmente acidental e desorganizada na composição. A aparente informalidade do Impressionismo fazia parte de uma tentativa deliberada de transmitir a percepção imediata que o artista teve do mundo que o rodeava.

A casa de Zola. Cézzane. 
            Nas paisagens os impressionistas criaram as composições, dos quadros escolhendo um ponto de vista que determinava de que maneira as formas que tinham diante dos olhos deviam se relacionar entre si. Uma outra característica interessante dos impressionistas é o interesse por temas da vida moderna por excelência. Monet e Renoir não demoraram muito para adotar os temas da Paris urbana e dos passatempos suburbanos dos burgueses, representando a classe média passeando pela cidade e se divertindo nos parque e nos campos dos arredores.

O Palco. Renoir. 

            No contexto das convenções da época o Impressionismo surgiu como uma forma de arte revolucionaria e radical tanto no que diz respeito  a técnica quanto ao tema. Suas qualidades são pictóricas o que o transforma essencialmente em uma forma de arte. Com o meu olhar contemporâneo, vejo o Impressionismo como um movimento que foi minando a ideia tradicional do quadro de grandes proporções e acabamento perfeito dando lugar a um tipo de pintura mais informal, com uma concentração de frescor, desapego e modernidade.

domingo, 6 de julho de 2014

O MOVIMENTO CULTURAL ROMÂNTICO


            Inicialmente quero começar deixando claro que o Romantismo enquanto movimento cultural surgido na primeira metade do século XIX foi mais uma questão de ponto de vista do que propriamente de características estilísticas definidas. Sua denominação provém de sua sustentação emotiva e intuitiva. O Romantismo se sustentava em filosofias transcendentais de autores como Schelling a partir das críticas de Kant.


            Foi um período em que se viveu um entusiasmo pela Idade Média, com renovada força ao gótico principalmente na arquitetura. Em termos estéticos havia um interesse pela cor com a criação de efeitos vibrantes. A paisagem foi considerada como a forma de arte mais importante. Um dos mais importantes representantes do Romantismo francês foi o pintor Eugene Delacroix, sua obra mostra cenas de paixão, violência e sensualidade, aliadas ao colorido das vestes e paisagens.



            O Romantismo foi revolucionário a intuição como ponto de partida baseado  numa autoconsciência era algo extremamente revolucionário, na medida em que liga o processo do pensamento com a imediatez da sensibilidade. É o movimento que mistura idealidade e materialidade numa nova concepção metafísica. Mesmo não tendo um definição precisa do que seja esteticamente definido como Romantismo trata-se de um dos movimentos mais significativos na história da cultura humana, com rebatimentos artísticos, científicos e filosóficos sólidos e duradouros.

sábado, 14 de junho de 2014

OS AUTO RETRATOS ESSENCIAIS PARA A HISTÓRIA DA ARTE


            O auto- retrato é uma confissão de intimidade. Um misto de ideias e imagens em que o pintor tenta responder com ênfase duas questões: “o que sou ?” e “o que é a pintura ?”. Selecionei quatro óleos sobre telas que marcaram a arte ocidental.


            Durer, Albrecht (Auto Retrato com Flor de Cardo, 1493)- foi feito quando o pintor alemão tinha apenas 22 anos. Na obra, notam-se marcas do aprendizado de Durer em ourivesaria e gravura. As mãos nervosas do artista seguram um ramo de cardo, a pintura tenta esconder uma certa timidez. A tessitura das roupas é tratado com o cuidado de uma pintura flamenga. O cabelo revolto parece ser encimado por uma flor de alcachofra.


            Rubens, Peter Paul (Auto Retrato com sua mulher Isabel Brandt, 1609)- Isabel está paramentada como uma rainha. Aqui o estilo flamengo é rigoroso, bordados e brocados são exaltados. Os tecidos (veludo, lã, seda entre outros) são facilmente identificados, assim como o brilho dos metais. O ideal de prosperidade e felicidade burguesa, calcado na aristocracia, reveste toda a pintura.


            Velásquez, Diego (As Meninas, 1656)- auto retrato emblemático da pintura ocidental, com o objeto que mais representa ideias abstratas. O pintor veste o hábito de cavaleiro de Santiago, a cruz no peito, comenda que só ganharia no fim da vida. Pinta os reis, que mal são vistos em reflexo, e, saindo de trás da tela, parecem anunciar: isto é pintura de reis, mas quem a vê é mais importante.



            Cézane, Paul (Auto Retrato, sem data)- é, entre os pintores consagrados, o pior retratista do século 19; quem sabe até da pintura ocidental. Quando pintava sua mulher pedia que ela ficasse imóvel como uma maça. As pessoas para ele eram meros elementos de figuração. Não tinham mais importância que os objetos ao seu redor. Ainda assim, em seu auto retrato, Cézane conseguiu reter o espaço humano, como até então ninguém havia realizado.

domingo, 8 de junho de 2014

O MELHOR DA ARTE BRASILEIRA


            Analisando acervos sobre as artes plásticas nacionais elaborei uma lista de obras consideradas referência para a história da arte brasileira. Do academicismo de Almeida Júnior, passando pelo modernismo e concretismo, até chegar a produção contemporânea nacional. A lista não tem a pretensão de esgotar o debate, inúmeras outras obras podem ser acrescentadas, o que pretendo é jogar luz dentro de uma perspectiva temporal as artes brasileiras.


Almeida Júnior (1850-1899)- o pintor estudou na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro entre 1869 e 1874. Em 1876 recebeu uma bolsa de estudos do Imperador D. Pedro II e estudou na Franca até 1882. As telas que representa cenas e personagens da província paulistana em sua vida interiorana são considerados a parte mais importante de sua produção, caso do célebre óleo sobre tela O Violeiro (1899).


Lasar Segall (1891-1957)- Lituano de nascimento, Segall veio para o Brasil em 1923, já como um legítimo representante das vanguardas europeias. O artista dizia que o Brasil tinha lhe revelado o milagre da cor e da luz, distanciando seu trabalho da sobriedade e dos tons cinzentos e terrosos. Bananal (1927), em tons de verde reverberam de forma mais ritmada pela tela é característica dessa nova fase.


José Pancetti (1902-1958)- o ex marinheiro carioca começa sua obra na década de 1920, de forma completamente intuitiva e autodidata, nos momentos de folga ou de solidão em alto mar. No início dos anos 50 muda-se do Rio para Salvador e as cores dos seus quadros passam a sofrer influência da luminosidade do litoral baiano, caso emblemático deste conhecido óleo Musa de paz (1950).


Waldemar Cordeiro (1925-1973)- nasceu em Roma, onde estudou na academia de Belas Artes. Em 1948, se muda para São Paulo. Convexo (1954) é um importante exemplar de desenvolvimento da arte concreta tal como concebida por Cordeiro: fatura impessoal e a criação de uma realidade visual a partir de elementos gráficos simples.


Nelson Leirner (1932)- suas obras colocam em cheque o sistema de arte. Em 1967, enviou para o quarto salão de Arte Contemporânea do Distrito Federal um porco de verdade (empalhado), obra que foi aceita pelo júri. Hoje O Porco (1967), já está incorporado ao sistema que questionou sendo importante obra das artes nacionais.



Edgard de Souza (1962)- um dos mais importantes artistas de sua geração, surgiu nos anos 80, trabalhando com pintura, desenho e gravura, mas passando, na década de 1990, à produção de objetos e esculturas que tomam a medida do corpo como experiência para o fazer, em trabalhos artesanalmente construídos, e de forte caráter erótico, como a série gotas.