terça-feira, 9 de outubro de 2012

SOBRE FAZER CIÊNCIA





            Quando eu estava cursando o mestrado o que mais me fascinava era a construção do meu objeto de investigação às ferramentas que me levavam aos caminhos de se fazer ciência. Na graduação tive um professor de filosofia que me desencorajava, ele dizia com veemência que o que eu fazia não era ciência, mas senso comum, ao invés de me amofinar, resolvi entender o que seria ciência e começar a construir meus próprios caminhos.


            Sendo das ciências sociais, padeço de uma problemática, como irei objetivizar, quantificar, mensurar o mundo social, sendo este, complexo, dinâmico, dialético tão grande que é impossível de ser sintetizado em dados estatísticos. Além do que o social não pode ser testado com a mesma visibilidade material de um experimento das ciências naturais, como à farmacologia, só por exemplo.


            Entendi que compreender a sociedade é caminhar para o universo dos significados, atitudes, costumes e comportamentos. Sempre dei um enfoque chamado de sistêmico, já que este revela que nada numa sociedade acontece por acaso, já que ela é um sistema coerente de relações sociais.


            O interessante é que aprendi que a construção de um objeto científico é antes de qualquer coisa a tentativa de rompimento com o senso comum, procurando instaurar a conversão do pensamento, à revolução do olhar e a ruptura com o pré-construído. Desse modo, seguimos na tentativa de objetivação do mundo social, considerando porém que em qualquer ação está intrínseca a nossa subjetividade.

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