A
Belle époque é aquele período carregado de uma aura de progresso e bem estar
que a humanidade vivia em fins do século XIX e início do século XX. Era o
período do progresso nas artes, na literatura, na música e na arquitetura com
as reformas urbanas de Paris. Era também nesse momento que passou-se a se
conhecer a criação de grandes invenções como: eletricidade, telégrafo,
telefone, estradas de ferro e automóveis. Esse período só viria a terminar com
o início da Primeira Guerra Mundial, terminando um período de paz e
prosperidade, colocando em cheque a capacidade da humanidade em ser detentora
do seu próprio destino.
No Brasil, considera-se que esse
período tem início em 1889 com o fim do Império e a Proclamação da República,
indo até 1922 com a Semana de Arte Moderna, entretanto, alguns pesquisadores
consideram esse período, como indo até o golpe de 1930. É o período que
coincide com o crescimento demográfico do país, com a vinda de imigrantes para
o sudeste, que branqueariam a população, e a marginalização dos negros libertos
nas periferias das cidades.
As compras já faziam parte de uma
cultura urbana, que legitimava a permanência das mulheres nos espaços públicos
frequenta-los tinha um sentido maior do que adquirir bens fazia parte dos
hábitos da elite. Nos passeios nas cidades era comum as mulheres usar tailleur um conjunto com saia e casaco
com gola inspirado diretamente no vestuário masculino com cores escuras em tons
de cinza.
As revistas especializadas da época
determinavam o que seria uma mulher de classe. Seria alguém que tinha de trocar
de roupa sete a oito vezes durante o dia. Começando pelo robe de manhã, depois
o traje da cavalgada, uma roupa elegante para o almoço, o passeio pela cidade,
o de visitas, a roupa de jantar e, finalmente, o traje de gala para ir ao
teatro e outras ocasiões mais sofisticadas. Essas trocas de roupas eram
bastante semelhante as parisienses.
O vestuário testemunhava o tempo e
os meios culturais e financeiros que seu portador dispunha para dedicar à
aparência. A aparência não era formadas apenas por itens comprados, mas através
de cuidados corporais, era o chamado processo civilizador. As moças deixavam o
culto a palidez para se lançarem em banhos de mar, caminhadas e exercícios físicos
que lhes proporcionavam um tom mais saudável. Na busca por uma pele perfeita,
os cosméticos passaram a ser usados e eram sobretudo, sinal de modernidade.
A
necessidade de corpos mais ágeis, pois fim ao reinado de 70 anos do espartilho,
deixando a nova silhueta definida por um vestido simples de linhas retas com
cintura alta marcada logo abaixo do busto. Nesse período da belle époque acho
particularmente interessante a chamada moda do luto. Recomendações de como se
deveria vestir nos casos de morte na família, estando desde o tipo de tecido,
desde o tipo de luva e calçado apropriado.
Para
as classes abastadas que consumiam moda, encenar o fenômeno da modernização na
própria aparência era a maneira imediata de compartilhar o modelo europeu de civilização.
Com esse intuito, suportava-se o desconforto da moda parisiense que não
condizia com o clima quente dos trópicos. Mas não se deixava de andar na moda.