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domingo, 28 de setembro de 2014

O MUNDO ART DECÓ


Os anos 1920 foi a época de mudanças comportamentais e estruturais na sociedade, que moldaram aspectos do nosso mundo contemporâneo. Um dos movimentos mais interessantes dessa época foi o Art Decó (1925-1935) que pretendia ser mais do que um movimento artístico moderno, a intenção era ser um movimento cultural que envolvesse aspectos sociais, tecnológicos, econômicos e também artísticos. Foi nessa época que se começa a usar um novo arsenal tecnológico com o uso de materiais como: aço inoxidável, vidro, plástico e alumínio de uma forma mais alongada é o início do culto as máquinas.


Começou como um movimento luxuoso voltado para a burguesia que enriquecera no pós guerra, usava-se materiais que podiam ser produzidos em massa. Rapidamente se tornou modismo internacional. Selecionei aqui algumas áreas de destaque do estilo Art Decó considerando suas principais características como: geometrização das formas, inspiração cubista, inspiração em culturas antigas como Grécia, Egito e África e inovação- tradição.

Auto retrato 1925 (Tâmara no Bugati verde)
Art Decó na pintura- Tamara de Lampicka desenvolveu um estilo que encarnou a folia dos anos 1920, da mulher bela, emancipada, moderna e escandalosa. Personagem de noitadas Nova iorquinas e salões parisienses. 


Art Decó no Design Gráfico-  Poster do filme Metrópolis de 1927 em que se sobressaem a leveza dos detalhes, formas geométricas, monumentos grandiosos e uma clara pretensão moderna. 


Art Decó na Arquitetura- fachadas com rigor geométrico geométrico e ritmo linear com fortes elementos decorativos em materiais nobres. predominância de linhas verticais que tornam o edifício mais alto. 


Art Decó na Moda- roupas mais confortáveis e largas, cabelos curtos, formas achatadas sem o uso do espartilho indicativo dos movimentos de emancipação feminina. Influência do visual vampírico do cinema mudo. 



Art Decó nos interiores- modernidade e sofisticação na decoração com o uso de produtos nobres como o madre perólas, vidros e espelhados, cantos arredondas, com tendência a linhas mais simples. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

MEIA NOITE EM PARIS DE WOOD ALLEN


            Meia Noite em Paris (2011) é daqueles filmes que emanam toda a magia e sedução do cinema. Wood Allen chega a Cidade Luz para contar a sua mais bela história de amor em anos não tendo medo de carregar nas tintas do realismo mágico. Seu alter ego chama-se Gil (Owen Wilson), um roteirista norte americano frustrado noivo de Inez (Rachel McAdams), que pretende morar em Paris, mas ela discorda totalmente da ideia. A Cidade exerce um fascínio tão grande sobre Gil que ela acaba fazendo uma viagem aos anos 1920 e lá encontra os principais escritores e artistas da época, além de encontrar a si mesmo.



            Nessa viagem aos anos 20 ele encontra de forma casual os escritores F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, o músico Cole Porter, o pintor Pablo Picasso e o cineasta Luis Buñuel, entre outros. A naturalidade dos encontros é o elemento cômico do filme, mas Allen pretende encantar muito mais do que fazer sorrir. Quando ele mostra os consagrados artistas em seus aspectos mais humanos invejosos ou envolvidos em enlaces amorosos. Vê-los como pessoas comuns, é aí que está o encanto da película, de forma simples sem necessidade de efeitos especiais. 


            Paris é o cenário perfeito para essa história ser contada, com a preservação de antiguidades e palco de diversas manifestações e movimentos artísticos. Marion Cotillard é quem faz a melhor atuação do filme na figura da bela Adriana uma moça dos anos 20 estudante de Alta Costura que seduz Gil, teria servido de modelo para um quadro de Picasso e atrai olhares do seu mundo de convívio. Adriana e Gil vivem uma história de amor que parece impossível, mas acredito ter sido possível porque a partir do encontro dos dois é que eles se encontram, mesmo em mundos e épocas diferentes.



            Gil é um homem inseguro, indeciso, mas que sabe o que quer da vida. Escrever um romance, deixar de escrever roteiros de cinema e morar em Paris. E ele escolhe ficar, na cidade encantadora mesmo quando está chovendo onde cada esquina serve de inspiração artística seja para pintores, escritores ou cineastas. Filme adorável de magnífica inspiração.

segunda-feira, 3 de março de 2014

JOSEPHINE BAKER: A VÊNUS NEGRA


Os anos 1920 são para mim um período de admiração e curiosidade já falei outras vezes aqui no blog sobre essa época, há tempos vinha pensando em escrever um texto sobre Josephine Baker mulher ambivalente complexa e multifacetada. Grande estrela do período. Sem levantar bandeiras políticas ou se engajar no movimento de emancipação feminina, assumia um comportamento vanguardista. Seus biógrafos contam que era uma mulher de personalidade forte, dinâmica, extrovertida e desprovida de maiores pudores. Quando sentia atração por um homem, fazia sexo com ele.



Josephine Baker nasceu em 1906 nos Estados Unidos no Estado de Missouri. Filha de uma afro americana de descendência indígena e um músico negro passou a infância num ambiente de penúria. Foi garçonete e deixou sua terra natal com um grupo de artistas mambembes. Fez algumas apresentações americanas, passou por dificuldades financeiras e  na década de 1920 vai para Paris. Em 1925 a jovem sorridente e de olhos esbugalhados explodia no palco com uma energia vulcânica.



Vendo seus vídeos hoje para mim ainda parecem impactantes é uma mulher que mexe com as emoções explorando suas habilidades pantomímicas, fazia caretas, contorcia-se, remexia-se e gingava-se freneticamente de um lado para outro. Balançava as nádegas ao som sincopado do jazz e do Charleston, a mais nova sensação musical do momento. O interessante é que ao vê-la em cena as plateias francesas ficavam em estado de excitação, convictas que tinham encontrado algo novo, insólito, porém fascinante e hipnotizador. Ao que parece ela era o arquétipo de uma nova fantasia moderna, fonte de prazer, vitalidade, desprendimento e liberdade.



A performance de Baker nos palcos não passava silenciosa. Misto de teatro, dança e música, a linguagem artística de seus espetáculos fundia elementos corporais e sonoros afro, mas extremamente criativos e engenhosos. No final da década de 1920 o sucesso da Vênus Negra era engenhoso foram lançados perfumes, brilhantinas, roupas e bonecas com sua marca. Seu cabelo alisado e grudado a cabeça tournou-se a moda do momento entre as mulheres. Pela primeira passou a ser bonito substituir a brancura da pele pela aparência bronzeada.  




Foi uma dessas mulheres liberadas dos anos 1920 que não se submetia a códigos de conduta. Foi alvo de alvo de diversas polêmicas de natureza moral. Referência indiscutível do movimento artístico do século XX, o Modernismo, foi uma das mulheres mais cultuadas do período. Era sobretudo, um espírito iluminador, símbolo do cosmopolitismo artístico-cultural da vez. Ícone moderno, mulher enigmática e grande artista.

domingo, 11 de agosto de 2013

OS ANOS 1920: A DÉCADA DAS INVENÇÕES





Os anos 1920 me fascinam de sobremaneira por ser o período em que considero como de rompimento com os hábitos e costumes do século XIX, notadamente nos Estados Unidos da América que constrói um estilo de vida conhecido como American way of life- a sociedade americana vive uma onda de euforia com grande aquisição de automóveis, rádios e eletrodomésticos. Configura-se o estilo de vida consumista, com um clima crescente de prosperidade, embora 21% da população vivesse em condições de pobreza.


Os loucos anos 1920- era um período em que se cultivava o gosto pela moda, pela música e pelo espetáculo.  Os benefícios da sociedade de consumo, associou-se a busca do prazer e da evasão e intensificou-se a vida noturna. As novas bebidas (coktail), as novas músicas (sobretudo o jazz) e as novas danças (Charleston, walk, swing, e rumba), passaram a animar a vida noturna. Automóveis, corridas de cavalo e outros desportos (como o futebol), constituíam outros divertimentos que envolviam grandes massas.


O rápido desenvolvimento dos meios de transporte (comboio, automóvel, avião) e dos meios de comunicação (rádio, telégrafo, telefone) acelerou o cotidiano das pessoas, favorecendo uma maior mobilidade espacial e do ritmo de vida. A moda de viajar entrou nos hábitos e nos prazeres das classes médias, com o aumento do turismo: quer no interior dos próprios países, quer para países estrangeiros.


A década da novidade trouxe inúmeras inovações no mundo da moda esta se tornou funcional: o comprimento das saias e dos vestidos encurtou-se logo abaixo dos joelhos. Os maiores estilistas do decênio foram: Chanel, Madame Paquin, Jeane Lavin. No final dos anos 1920 houve a popularização do cinema, o que influenciou drasticamente a moda nas ruas. Os teatros, os cinemas, os clubes noturnos e outras salas de espetáculo tornaram-se locais habitualmente frequentados. Nascem os primeiros estúdios de Hollywood.  E as influências que chegam até os nossos dias.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

OS ANOS 1920 E A EMANCIPAÇÃO FEMININA




A primeira Guerra Mundial foi responsável por manter as mulheres como importantes peças capazes de manter a economia girando. A Guerra permitiu que elas tomassem consciência de sua capacidade de substituí-los, foram: enfermeiras, professoras, costureiras e carteiras, assumindo um lugar na agricultura e na indústria principalmente a bélica.

            Na França em 1920 explode o número de divórcios, mais de 40 mil. Em 1922, é lançado o romance La Garçonne (A emancipada), um livro escandaloso para a época, onde a heroína se vinga da traição do namorado, corta os cabelos, passa a trabalhar e experimenta todos os prazeres proibidos indo das drogas ao homossexualismo. No mesmo dia o sufrágio feminino é negado.



             As atletas são as novas heroínas, ocupam espaços onde a coragem, a ousadia, a resistência física e o gosto pela aventura são considerados qualidades inerentemente viris. A moda passa a ser mais fluída livre dos espartilhos. Coco Chanel, Elsa Shiaparelli, Madeleine Vionnet conquistam a alta-costura e, paradoxalmente são elas que quebram os códigos e se aproximam das formas de moda masculina. A mulher podia vestir um smoking, uma gravata borboleta e exibir uma silhueta, sem seios, nem nádegas, nem quadris.


            As mulheres estudam mais, o movimento feminista avança, mas a crise econômica de 1929 as vésperas da Segunda Guerra Mundial, adia as conquistas democráticas femininas. A imagem da garçonne se enfraquece: os saltos ficam mais altos, as saias mais longas, assim como os cabelos. É a vez da mulher fatal.