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sábado, 9 de novembro de 2013

A OUSADIA DE DAVID BOWIE



Existem alguns artistas que tem a capacidade de nos remeter a elementos recônditos do nosso psique como a curiosidade, a atenção, e a sensação de se está diante de um bom trabalho. David Bowie (1947), faz para mim parte desse time, quando vejo os seus clipes e escuto sua música me questiono, como ele consegue ser atual em tempos de bisbilhotice exacerbada da internet?


Ele começou sua carreira nos anos 1960, cantando rock e é considerado um dos mais importantes artistas da música pop de todos os tempos. Nos anos 1970 quando começou a ficar famoso, começou a encarnar o clichê do camaleão, e, é possível vê-lo com trajes de inspiração eduardiana, languidamente estendido num divã. Ele é o tipo de artista de quem sempre é possível esperar uma novidade, nos anos 1980 antecipou-se a moda e lançou música dance, assim como, nos anos 1990 lançou música eletrônica, e agora lança a pré venda do seu disco através do I tunes.


Mas Bowie não é somente interessante pela sua vanguarda ou irreverência, sua música é boa. Ele faz boas letras e boas canções. Meu disco preferido dele é Pin Ups de 1973, que aparece na capa com a modelo Twiggy, é o disco mais rock dele, e o que mais rápido vendeu na Inglaterra, é uma seleção de covers de suas canções preferidas da década de 1960. Sua vida é marcada pela invenção contínua e pela forte apresentação visual, é considerado como grande influenciador de artistas, da libertação gay e da nova juventude independente.


Quem o conhece vale a pena ouvir sempre, que não o conhece, convido a conhece-lo, pois é um artista capaz de transformar suas aspirações e seus problemas pessoais em cultura popular, como podemos ouvir nos versos de Space Oddity. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

APARÊNCIA CORPORAL: UMA NECESSIDADE DA CONTEMPORANEIDADE





Vivemos em um momento histórico em que a valorização da aparência e do corpo se apresenta em seu período mais crucial, onde o investimento na imagem baseada na aparência é tema central de debate. A precariedade da carne com o envelhecimento progressivo e o descarte de produtos que alimentam a cadeia da aparência, permeiam o imaginário social relativo ao descrédito com o corpo real e com uma aparência menos elaborada.


            A busca na atualidade é por um corpo perfeito onde a aparência trabalhada na aquisição do consumo, é o local de expressão da felicidade e da representação da identidade social, caminhando tudo para a lógica da mercadoria do sistema capitalista. Vivemos em uma época em que o corpo além de ser cultuado é coisificado, a TV, o cinema, a medicina, a publicidade, a moda, os esportes asseguram seu sucesso, sua valorização, e colocam a aparência corporal como núcleo do glamour, da prosperidade, da saúde e da felicidade humana.


            Esse entendimento é contraditório com a realidade cotidiana que se apresenta de forma instável, caótica e incerta. A contemporaneidade apresenta um cenário de desemprego, violência, miséria, doenças, crises econômicas e ecológicas. A realidade do mundo da fama e o espetáculo das imagens contribuem para que o próprio corpo seja considerado a única coisa que resta ao ser.


            A reflexão em torno da temática da aparência se mostra mais relevante se for levado em consideração os indícios que a sociedade contemporânea capitalista apresenta em toda parte, com a crescente obsessão pelo corpo, a aparência e a imagem que será projetada a partir disso. Não se trata de qualquer corpo, mas de um fabricado, construído, que apresente uma saúde perfeita. A aparência tem que ser fundamentada além do básico e o que passa a valer é a uniformização de produtos que representem luxo e glamour. A moda é a padronização dos usos desses produtos que constroem a aparência calçada na cultura do consumo.


            Nesse sentido, a cultura da aparência ganha espaços significativos na contemporaneidade, através dos meios de comunicação. O assunto circula na pauta de jornais e revistas, encartes de cultura e programas publicitários. Além disso, a obsessão atual pela construção da aparência como resposta a instabilidade, fragmentação e efemeridade marcam a vida social, ajudando no entendimento da centralidade assumida pela cultura da aparência na sociedade contemporânea. Neste sentido, a mídia é um elemento influenciador, pois apresenta um desejo de modelo corporal dito ideal. A preocupação com a aparência atinge traços de obsessão e está cada vez mais enraizada em todas as profissões e idades.