O rompimento com o paradigma da
horizontalidade tradicional modernista, mostra a contestação em diversos
pontos: a educação em seus fundamentos tradicional, a inutilidade da
intelectualidade, o insucesso dos partidos políticos e o surgimento de
estruturas espontâneas que contestam o monopólio sindical. Hoje há suspeição,
mesmo dentro das estruturas midiáticas, os jornalistas podem ser vistos como os
dinossauros da modernidade.
Massefoli assinala que a morte do
poder é um claro indício do reviver as potencialidades vitais que vêm de baixo.
Vivemos num curso de superação da racionalidade cotidiana e isso pode ser
visto, na volta das mais diversas formas de misticismo. O paganismo da deep ecology, o sucesso do candomblé brasileiro, os
cultos de possessão de diversos tipos, mostram a importância inegável
desses fenômenos.
O cotidiano pós moderno é formado
pela volta ao paganismo, que aproveita a realidade momentânea para o que ela
tem de bom ou de mal. Isso é notável nas práticas das jovens gerações com
fortes conotações pagãs como: grupos musicais, afinidades sexuais e exacerbação
tribais como: piercing e tatuagens.
A religiosidade da pós modernidade é
o espírito do tempo, com a volta ao ideal comunitário. É o fim de um ciclo de
solidariedade mecânica (racional e abstrata) para uma solidariedade orgânica,
vinda de baixo que retoma formas arcaicas e tribais, onde se privilegiam
sentimentos de pertencimento e emoções vividas em comum.