Esses dias resolvi retomar meus estudos da língua inglesa e nada melhor para começar do que uma edição bilíngue
do magistral Retrato de Dorian Gray. No texto Wilde registra a corrupção de um
sociedade, de uma personalidade do ser humano, conjunto de elementos complexos como
os formadores do universo, onde os deuses abrem as portas e somos obrigados a
percorrer caminhos sinuosos para fazer as nossas escolhas que são inerentes a
nossa vida.
Não sabemos qual a linha tênue que separa
uma armadilha dos deuses, ou a fraqueza de nossa própria natureza. Vivemos em
uma sociedade onde as máscaras da tragédia e da comédia são um parâmetro para o
vislumbre da ambiguidade em que se encontra o ser humano, pensamos que sabemos
tudo, mas nas palavras do próprio Wilde só não aprendemos o que vale a pena
saber.
O livro mostra que o palco em que
nos encontramos já se encontra iluminado para o maior de todos os espetáculos,
a vida. O que é a arte senão aquilo que a vida tenta ser e não consegue. O que
é explicitado é a verdade por traz do manto, em que no jovem Dorian Gray
encontra-se em um forte veneno que mata e corrói, configurando-se este como um
personagem arquétipo do mal.
Dorian é o retrato exacerbado de um
hedonista, que na verdade somos em maior ou menor escala todos nós. Ele é dual
assim como nós, assim como a fina linha que separa a sanidade da loucura. Dessa forma, podemos dizer que cada um de modo bem particular tem dentro de si o céu e o
inferno e é essa a mensagem que o livro nos transmite.