Lembro-me
bem quando li Dante Alighieri e a impressão que a beleza do seu poema causou em
minha vida. Os tercetos e decassílabos em rimas alternadas e encadeadas trouxe
musicalidade à minha leitura. Penso na influência que a obra exerceu na
cultura ocidental nos últimos 700 anos e vejo sua imensurável importância. A jornada que Dante empreende, a meio
caminho de sua vida, pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, é um mapeamento da
história e do pensamento universais. O poema dá a impressão de iniciar um processo
que não pode mais parar, o processo em que cada homem se enfrenta e faz a
inevitável viagem para dentro de si mesmo. A
Divina Comédia não é simplesmente um poema é um mapeamento da história e do
pensamento universais, por meio da fervorosa ideologia cristã que se julgava
capaz de explicar todas as coisas. O seu estilo é tão original que tenho a
impressão de que com sua linguagem foi capaz de redescobrir o mundo.
RESENHAS DE LIVROS. CRÍTICAS DE FILMES. ANÁLISE DE ARTE. TEXTOS SOCIOLÓGICOS, FILOSÓFICOS E MUITO MAIS!
quinta-feira, 28 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
PENSANDO A ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO
Hoje
acordei lembrando Platão e sua Alegoria da Caverna e pensando na condição
humana. Estamos presos num mundo de sombras, o mundo real está oculto para nós.
Somos o produto dos interesses da sociedade da qual fazemos parte. Os nossos
gostos e os nossos valores foram construídos para pensarmos como pensamos e
acreditar naquilo que acreditamos. Confundimos sombra com realidade, mas não
temos como saber que estamos sendo enganados.
Em
sua alegoria o sol que brilha fora da caverna representa a nossa ideia do bem.
E essa visão só é vista com esforço. A ascensão do prisioneiro representa a
jornada rumo ao verdadeiro conhecimento o conhecimento das ideias e, por fim da
ideia do bem. O prisioneiro descobre a ideia ilusória que normalmente
consideramos realidade e se luta para ajudar aos outros a encontrar a verdade.
Mas o resultado é que os outros zombam dele e continuam atados à sua ilusão.
É
isso que o conhecimento do conhecimento faz com quem o apreende, mostra o real
por traz do ilusório e do construído. É essa ideia do BEM, muito próxima da
nossa filosofia cristã, que traz luz ao nosso mundo de sombras.
terça-feira, 26 de junho de 2012
PENSANDO O SÉCULO XIX
O século XIX trouxe
com ele o triunfo e a vitória dos humanistas, o rompimento definitivo com os
ideais teocêntricos medievais que vinham abalados desde o Século XV, constituiu
um retorno à cultura e à religiosidade pagã. É o século da oficialização da
promulgação e da instituição do ateísmo. É o culto ao cientificismo e ao método
científico.
A vida das pessoas
foi fundamentalmente transformada. Era possível viajar em trens a vapor numa
velocidade de 150 km/h, ou em navios movidos a vapor. As pessoas passaram a
fazer viagens com finalidades turísticas e a praticar esportes. Com a Revolução
Industrial a máquina diminuiu os esforços físicos dos homens. As casas
burguesas já contavam com luxos como iluminação a gás, cortinas e tapetes. Hábitos
higiênicos, como o uso do banheiro foi introduzido.
A vida ficou mais
interessante com os gramofones, as máquinas de escrever, as porcelanas inglesas
e as fotografias. A moda, o esnobismo e o individualismo passaram a ser
cultivados. Os trabalhadores do mundo se uniram. A burguesia viveu incertezas,
a mulher se emancipou e as artes foram transformadas.
Esses eventos mudaram
o nosso mundo Ocidental e inauguraram a nossa Modernidade. E são os elementos
que constituem essa chamada Modernidade que iremos discutir nesse espaço.
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