A fotografia em seus primórdios era
um acontecimento social, pessoas ilustres como o Imperador D. Pedro II, se
fascinavam com a nova invenção moderna, mas era um momento em que se vestiam as
melhores roupas e se pousava solene para o registro daquele momento específico,
geralmente em ambientes fechados.
Conheci o trabalho de Henri Cartier
Bresson, fotógrafo francês nascido em 1908 e morto aos 95 anos, através de um
informativo e fiquei intrigada com o seu estilo que me transportava com precisão
para o momento do acontecimento da cena, procurando conhecer mais sobre o
assunto, descobri que trata-se de um modernista na melhor acepção da palavra,
alguém que não segue um método rígido de condutas.
O seu trabalho era feito com uma
câmara fotográfica Leica na mão sem
tripé, era uma forma de não ser percebido. Acreditava que fotografia não é algo
capaz de ser aprendido, mas é preciso sentir a cena e ver o momento certo de
apertar o disparador do equipamento. O seu mundo era a rua, o tempo, as pessoas
comuns longe de formalismos ou institucionalizações.
Era um artista e acreditava que o
visor da máquina fotográfica era capaz de desnudar a pessoa, vê a sua essência.
Sua influência na fotografia mundial é imensurável, com a ideia de que a foto é
aquilo que você ver num exato momento em que nosso instinto está preparado para
captar. Mas para isso é preciso está na rua, onde as coisas acontecem.
Suas fotos retratavam a vida em sua acepção
mais realista, com tipos comuns e muitas vezes com um cunho social que chegava
a chocar setores do meio na Europa. Para mim fica a lição que é preciso
entender a técnica, mas a criatividade, a sensibilização do olhar, o aprender
ver a cena é o que torna fascinante o mundo da fotografia.