terça-feira, 29 de outubro de 2013

A MULHER DOS ANOS 1950




Estreou no Fantástico da TV Globo uma série baseada na obra de Clarice Lispector quando esta escrevia a coluna Correio Feminino, publicada na imprensa brasileira nos anos 1950 e 1960. Daí me questionei sobre duas questões fundamentais: até que ponto as questões do universo feminino estão resolvidas, como a identidade no casamento,  nessa contemporaneidade de aberturas e permissividades? O que era ser mulher no período em que Clarice escreveu a coluna?


Os anos 1950 foram uma época de prosperidade e relativa paz mundial, apesar da divisão do mundo entre as superpotências político-militares:  Estados Unidos e União Soviética. São características dessa época melhores condições de habitação, de comunicação, a busca pelo novo, pelo conforto e a consolidação da sociedade de consumo.  O Brasil era governado por Juscelino Kubitschek, as cidades estavam mais urbanas e a Televisão e o Rádio davam uma outro formato a imprensa.



Em sua aparência física a mulher viveu a era da feminilidade, com roupas de cintura marcada, sapatos altos, o uso de luvas e assessórios luxuosos como pérolas e peles. A beleza e o uso de cosméticos se tornaram importantes, com o auge das tinturas para o cabelo. Os ícones de elegância e feminilidade foram Grace Kelly e Audrey Hepburn, já em beleza, eram imbatíveis Marilyn Monroe e Brigitte Bardot. Foi o apogeu da alta costura, do salto agulha e do uso do rabo de cavalo.


A televisão foi introduzida nos lares, e as pessoas puderam ver a vida dos ricos e famosos como o casamento de Grace Kelly com o príncipe Rainier de Mônaco. Foi o período da tradição por excelência, as pessoas casavam cedo, e além de bela a mulher deveria ser boa dona de casa, boa esposa e boa mãe. Na tarefa de dona de casa era auxiliada pela introdução dos eletrodomésticos, como a máquina de lavar e o aspirador de pó.


A responsabilidade de preservar o lar, era inteiramente da mulher, pois ela, era o reflexo do trabalho do seu marido. As mulheres eram educadas para ser boas esposas, o que significava ser recatada e com bons modos. Geralmente as mulheres tinham um mundo que se resumia a casa, idas a costureira, casa de amigas e longa espera pela chegada do marido do trabalho. A mulher devia respeito ao nome do pai e do marido e a fidelidade era essencial, além de se relacionar com questões religiosas, reflexo de um lar decente.


Considero que hoje as mulheres ainda são cobradas sendo responsáveis, em sua maioria, pela casa, pelo marido e pela educação dos filhos. Mas diferente das mulheres dos anos 1950, as mulheres saíram de casa, foram para o mercado de trabalho, invadiram as universidades, assumiram tarefas que tantos duvidavam que elas seriam capazes de realizar. Além disso, fizeram uma revolução dentro de casa: diminuíram o número de filhos e mudaram radicalmente o papel pré-definido para elas ao longo de séculos. Nada foi fácil, nada foi sem dor ou dúvida. Mas, persiste o desafio como equilibrar uma vida conjugal longeva com esse novo papel de mulher? 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A ARTE DE TOMAR CAFÉ





            Li em algum lugar que nossas melhores lembranças gastronômicas são as da infância deve ser por isso, que tenho um predileção especial sobre o café e as lembranças que ele traz em minha vida. Quando criança acordava quase todos os dias com o aroma inebriante da bebida que meu pai fazia, perfumava a casa, ia até o meu quarto e preenchia os meus sentidos. Desde então, o café ocupa um espaço especialíssimo em minha vida e em meu coração.


            Agora estou numa fase de aprofundamento de conhecimento da bebida, testando variações e novos sabores, são os chamados cafés gourmet. São grãos de qualidade superior testados por profissionais qualificados chamados baristas, estes grãos apresentam condições especiais de adequação climática, solo, técnicas de manejo, produção e cultivo. O conhecimento sobre o café e como degustá-lo pode ser comparado ao vinho ou ao azeite de oliva.


Uso o café em cápsulas o que permite a qualquer pessoa extrair uma bebida de qualidade, com inúmeras nuances e diversificados sabores. E as variedades mais importantes são: Blend expresso- composto de sete criações com personalidades distintas e diversas origens, devem ser tomados em xícaras pequenas de 25 a 40 ml. As características dos blend são- contrastantes, cremosos, encorpados, intensos, adocicados e leves com um toque de limão. Na variedade Puro Originais, encontramos cafés com uma personalidade única e uma única origem os mais importantes são: Indriya da Índia- potente e picante com intensidade 10; Rosabya de Colombia- frutado e equilibrado com intensidade 6; Dulsão do Brasil- adocicado e suave com intensidade 4. Os Lungos oferecem uma gama de perfis e sabores e intensidades para serem tomados em xícaras grandes 110 ml, apresentam sabores estruturados, intensos e balanceados.


            O café é boa companhia para pensar a vida, tomar café é uma arte, além de uma elegante forma de socialização, que vai além de se ingerir simplesmente a bebida. O chamado para um café está carregado de características e charme próprios, não é beber qualquer coisa que dá uma ideia de desleixo, não é transgressor como tomar bebidas alcoólicas, ou constrangedor como sorvete, mas convites para uma saída descompromissada, são carregados do sentido de vamos tomar um café?

domingo, 27 de outubro de 2013

A VIDA COMO ELA É DE NELSON RODRIGUES





            Conheci Nelson Rodrigues através da série televisiva, que passava no Fantástico da TV Globo, depois tive a oportunidade de ler o livro. A Vida como ela é. A obra foi produzida no jornal Última Hora de Samuel Wainer de 1951 a 1961. São histórias que se tornaram populares, pela linguagem objetiva, fácil acesso e gírias faladas na época. Considero as histórias como atemporais, pois causam familiaridade e estranheza, característica das transgressões morais rodriguianas. Rodrigues soube combinar o lado obscuro da vida, o lado trágico da existência, com o cômico de forma extraordinária, provocando impacto nas massas.


            O que me fascina em sua obra é o que sua arte provoca, um estranhamento que vai do asco a compaixão. A Vida como Ela É reflete diretamente a atualidade de seu tempo, pois reflete uma sociedade com desgaste e com novos paradigmas para as relações familiares e amorosas, na época foi um choque, mas revela as mazelas da sociedade contemporânea, daí resulta seu caráter atemporal.


            Acho que rotular a obra rodriguiana de somente transgressora ou machista é ser reducionista, uma vez que ele desmonta clichês e desnuda as máscaras sociais. A obra retrata um período conhecido como anos dourados, aqueles imediatamente posteriores a II Guerra Mundial, que trouxeram progresso científico, tecnológico, econômico e cultural. A Capital Federal era o Rio de Janeiro, cenário das narrativas de Nelson Rodrigues, contribuíndo para a construção de um imaginário do povo carioca.


            Vejo como ele foi ousado para os anos 1950 do século XX, seus temas giravam em torno do amor, sexo e adultério. Questionado sobre o porquê de sua obra tratar sobre sexo, Nelson Rodrigues respondeu ironicamente afirmando: “[...] ‘isso’ é amor. Há nesta pergunta um fundo de indignação que eu não devia compreender e que talvez não compreenda mesmo. Afinal de contas, por que o assunto amoroso produz esta náusea incoercível?” (RODRIGUES, 1949: 20). A vida como ela é ... chegou ao final, em 1961, e, segundo Ruy Castro (1992), Nelson Rodrigues criou cerca de duas mil histórias.

Em tempos de permissividade vale a pena reler ou conhecer Nelson Rodrigues que teve a ousadia de enfrentar uma sociedade pudica, construída em comportamentos sócio moralizantes. Era uma sociedade em que poucos tinham carros e se andavam de bondes e ônibus, casais viviam com primos sobre o mesmo teto. Uma cidade que não tinha móteis e os encontros aconteciam em apartamentos emprestados por amigos, e a ameaça do pecado poderia se tornar uma obsessão. A vida sexual para se realizar exigia o vestido de noiva, a noite de núpcias e a lua de mel, assim era o mundo de Nelson Rodrigues.  

sábado, 26 de outubro de 2013

OS CELÉBRES PRATOS DA CULINÁRIA FRANCESA





Além de bela arquitetura e paisagem a França também  é conhecida pela comida típica, que mistura queijos, vinhos e temperos. Com grande variedade de pratos de acordo com as regiões. Experimentar uma comida francesa é considerado pelos críticos como um refinamento das habilidades na cozinha. A gastronomia francesa é tão importante que entrou para o patrimônio imaterial da humanidade reconhecida pela Unesco.


A clássica cozinha francesa inclui pratos baseados em molhos, levam queijo na maior parte das receitas. Dentre os alimentos vegetais usam-se alho-poró, berinjela, batata, cebola e abobrinha. O povo consome muita carne as mais comuns são: coelho, porco, carneiro, galinha, sapo, cordeiro, peru e pombo. Os vinhos são consumidos como água e uma refeição sem eles, é uma refeição incompleta.


Os principais pratos da culinária francesa considerados pela tradição e pela crítica gastronômica são:


Escargot- prato de caracóis cozidos e servidos como aperitivos.


Foi gras- fígado de ganso especialmente engordados para esse fim, seu sabor é descrito como rico, amanteigado e delicado. É servido como mousse e também como acompanhante de carnes.


Quiche lorraine- dourada no forno e servida quente na companhia de uma salada. O seu sucesso se deve as possibilidades de variações pode ser acompanhada com queijos, legumes e pestos. Vai bem com vinhos brancos.


Sopa de cebolas- prato parisiense por excelência, acredita-se que nasceu em Lyon, no sudeste do país. Sua versão gratinada é parisiense, na Cidade é servida em cardápios de bistrôs populares a refinados restaurantes.


Coq au vin- é um prato feito a base da carne de galo e vinho. O tipo de vinho varia de região para região, pode ser tinto, branco ou até champanhe.




Pães e queijos- os pães franceses são feitos de forma artesanal com miolo fino e macio, tendo como ícone a baguete. Os queijos mais famosos são: o camembert da Normandia, queijo de cabra, roquefort, brie de meaux, beaufort e salers.


Crepe suzette- Exuberante sobremesa com aroma de aristocracia feita de crêpes, manteiga, torrões de açúcar, suco de laranja e muito alcool.


Crème brullé- leite queimado em francês é feita com leite, ovos, açucar e baunilha. Com uma crosta de açucar queimado por um maçarico a uma bebida alcoolica que se deita sobre o creme.


Macaron- é um pequena bolo de aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, são coloridos macios por fora e crocantes por dentro. Preparados com farinha de amêndoa e recheados com os mais diversos sabores.