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domingo, 1 de dezembro de 2013

A FOTOGRAFIA REALISTA DE SEBASTIÃO SALGADO



            Estava vendo uma edição antiga de uma revista de arte e encontrei uma matéria sobre o Sebastião Salgado fotógrafo documentarista  mineiro de notável reconhecimento internacional, e pensei como a sua arte em preto e branco retrata os sofrimentos do mundo. A produção da imagem fotográfica sempre implica que o ato fotografado constitui um julgamento da realidade apresentada. Sendo assim a produção de Sebastião Salgado certamente tem uma conotação política.


            Suas imagens produzem efeitos sociais e a questão do sentir como um dos efeitos produzidos pela fotografia, torna-se grande, porque não é o sentir individual, mas coletivo, e o visual que nos afeta está relacionado ao fato de que o mundo social é a representação que os grupos fazem deles mesmos.


            Podemos notar em sua obra fotográfica a presença de marcas visuais fortes e insistentes. Acredito que ele escolheu com seu trabalho, perguntas difíceis de serem respondidas. Embora se proponha desvendar os danos causados pela miséria do mundo, sua visão é ampla e está longe de ser redutora, quando mostra de forma extraordinária pessoas que lutam para manter suas vidas.


            Suas fotos dão nobreza e respeito a quem está sendo fotografado, e obedecem uma série de técnicas fotográficas como: focalização em contraluz, contraste claro e escuro, profundidade de campo, a granulação a variação de texturas contribuem para dá a aparência estético-artística ao seu trabalho. Isso engrandece e volta o olhar para as problemáticas políticas que se encontram as pessoas fotografadas.


            Seu gênero é o de fotografia documental, o que nos remete de imediato a finalidade de denúncia social, mas alguns gestos, olhares e poses dos fotografados têm um que de estereotipados, a apresentação de elementos simbólicos que caracterizem etnia, profissão e condição social atestam isso.


            Mas sua obra é muito grande, e seria simplista reduzi-la a qualquer pequeno elemento, o que ele busca é mistura de justiça social, sensibilização, solidariedade, reconhecimento social entre outros elementos. Sua política passa pela compaixão, mas não para aí, ele vai em direção do reconhecimento social, reconhece, às pessoas representadas e à sua dignidade, o direito ao respeito.


E esse reconhecimento não é somente possível, mas, em certo sentido, torna-se obrigatório, pois Salgado não retrata a condição de pobreza de maneira humilhante. Não humilhar as pessoas é, a primeira condição para a edificação de uma sociedade decente, e somente uma sociedade decente em espírito pode constituir uma sociedade igualitária no verdadeiro sentido político do termo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

OS ANOS 1800 NO BRASIL E A INVENÇÃO DA FOTOGRAFIA



            Quando chegou a terras brasileiras, o engenhoso instrumento de Daguerre, causava admiração a facilidade com que se obtinha, se conservava e se mantinha a imagem. A necessidade por uma experiência visual era uma constante, numa sociedade em que a maioria era analfabeta tal artifício possibilitaria um conhecimento mais rápido, mais generalizado, possibilitando também que os grupos pudessem se auto representar.


            A fotografia que se ambicionava era a de paisagem, e está se aproximava aos cânones da pintura romântica. A partir de 1862, os fotógrafos do Império participaram de exposições universais e receberam prêmios. Foi o período da pose por excelência, os preços da fotografia eram módicos e um trabalhador poderia tirar uma foto no centro do Rio de Janeiro.


            No Brasil ganhou grande público a foto pintura que fornecia um ar aristocrático a fotografia e a aproximava da pintura a óleo. Fazia sucesso também os retratos em porcelana, que era dado a parentes e amigos como lembranças da pessoa retratada. As idas ao fotógrafo não era frequente iam-se geralmente de uma a duas vezes por ano.


            Nenhuma família se interessou tanto por fotografia quanto a imperial, D. Pedro II é citado como grande incentivador da fotografia. As fotografias pertencentes a família imperial, incluem uma gama variada de temas: desde os retratados posados mais formais, passando pelas imagens do cotidiano e indo até a acontecimentos formais do Império.


            Além da família imperial, a clientela dos estúdios era formada pela classe senhorial agrária e pela população urbana, enriquecida pelo comércio e serviços prestados a burocracia imperial. Uma das imagens mais comuns retratadas nessa época que chegaram até nós é a de escravos que era produzida dentro e fora dos seus ateliês. Os escravos apareciam em atividades cotidianas, encenadas no estúdio do fotógrafo, em outras, pousavam em trajes bem cuidados as mulheres com turbantes e os homens de terno, sempre descalços, marca indelével da escravidão.


            Encontramos registros fotográficos que recriam com precisão o cotidiano da sociedade da época como vendedores ambulantes em sua maioria negras, de frutas, doces e fazendas. A reprodução do trabalho das fazendas ficou conhecido internacionalmente, com reprodução do trabalho em fazendas de café, amas de leite, vestidas com elegância com a criança nos braços e negros idosos com o aspecto cansado por não terem sido donos da própria vida. O interessante é como a retratação em preto e branco expressa a melancolia e a riqueza desse período, mostrando como a fotografia é importante para notificar a cara de uma sociedade. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A MODERNIDADE DE CARTIER BRESSON



            A fotografia em seus primórdios era um acontecimento social, pessoas ilustres como o Imperador D. Pedro II, se fascinavam com a nova invenção moderna, mas era um momento em que se vestiam as melhores roupas e se pousava solene para o registro daquele momento específico, geralmente em ambientes fechados.



            Conheci o trabalho de Henri Cartier Bresson, fotógrafo francês nascido em 1908 e morto aos 95 anos, através de um informativo e fiquei intrigada com o seu estilo que me transportava com precisão para o momento do acontecimento da cena, procurando conhecer mais sobre o assunto, descobri que trata-se de um modernista na melhor acepção da palavra, alguém que não segue um método rígido de condutas.



            O seu trabalho era feito com uma câmara fotográfica Leica na mão sem tripé, era uma forma de não ser percebido. Acreditava que fotografia não é algo capaz de ser aprendido, mas é preciso sentir a cena e ver o momento certo de apertar o disparador do equipamento. O seu mundo era a rua, o tempo, as pessoas comuns longe de formalismos ou institucionalizações.



            Era um artista e acreditava que o visor da máquina fotográfica era capaz de desnudar a pessoa, vê a sua essência. Sua influência na fotografia mundial é imensurável, com a ideia de que a foto é aquilo que você ver num exato momento em que nosso instinto está preparado para captar. Mas para isso é preciso está na rua, onde as coisas acontecem.


            Suas fotos retratavam a vida em sua acepção mais realista, com tipos comuns e muitas vezes com um cunho social que chegava a chocar setores do meio na Europa. Para mim fica a lição que é preciso entender a técnica, mas a criatividade, a sensibilização do olhar, o aprender ver a cena é o que torna fascinante o mundo da fotografia.
            

domingo, 14 de outubro de 2012

ESTUDANDO FOTOGRAFIA





            Fico imaginando como gosto de várias coisas, e o tanto de tempo que necessitária para fazer tudo, mas, mesmo gostando dessa multiplicidade de coisas que compõe à vida vou fazendo o que posso de acordo com as oportunidades. Esses dias resolvi estudar fotografia, gosto de cinema e sempre quis entender mais das técnicas fotográficas que ampliassem o meu olhar de espectadora, de pessoa curiosa.


            Vejo a fotografia como, um momento único entre o fotógrafo e a cena que ele encontra a frente, e trata-se de pura arte, mesmo em tempos de fotografia digital em que as pessoas vivem com máquinas fotográficas portáteis e com um simples clique registram o que veem, o que desejam. Mas é uma arte mais meticulosa do que o meu entendimento poderia conceber. Registrar uma cena exige um processo de produção raciocínio e montagem. Exigindo técnica e controle do resultado final de uma única imagem. É preciso entender ou saber do que se trata de coisas como: abertura focal, diafragma, profundidade de campo e sobretudo de luz, que é a matéria prima da fotografia.


            A fotografia só é arte porque tem a cultura abstrata como alicerce, acho que é também artesanato, porque o cotidiano suplica, por novas ideias, visuais fieis da dinâmica do mundo em que vivemos. O caminho que separa a massa clicadora da fotografia pensada é raciocínio da cena e entendimento das técnicas, o que dará um resultado que vai além do clique sem pensar.