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domingo, 1 de junho de 2014

AS PINTURAS DE RENOIR


Pierre August Renoir (1841-1919), nasceu na cidade francesa de Limoges. Foi um dos poucos mestres reconhecidos ainda em vida pela crítica e pelo público. Mesmo considerado um dos representantes do impressionismo, Renoir não pertenceu apenas a esse movimento. Seu trabalho mostra um forma própria de ver e traduzir nas telas a vida européia que fervia ao seu redor. Entendia que a função do artista era reproduzir na tela momentos de fugaz beleza da vida.


A luz solar sempre apareceu como um elemento determinante. Diferente dos impressionistas tradicionais foi incorporando outros temas além da paisagem como nus artísticos, momentos do cotidiano e retratos. Isso o diferenciava de outros impressionistas que praticamente ignoravam a figura humana. Observar por alguns instantes um quadro de Renoir é o suficiente para inundar-se da forma graciosa, leve e descontraída com que ele pintava a vida.


As mulheres eram para ele fonte de inspiração, copiar o corpo e a feição não lhe bastava. O que lhe interessava era como a luz refletia nos corpos femininos. O principal objetivo de sua pintura era retratar suas impressões sobre o mundo, principalmente o universo feminino. O que mais gosto em seu trabalho é o cuidado que sempre teve na observação da realidade renegando as poses estudadas. Essa busca pela naturalidade é detectada em obras que mostram alguns dos momentos femininos mais particulares, como o banho.



Apesar das figuras femininas estar presente em todas as fases profissionais de Renoir, o enaltecimento aos atrativos físicos constituiu o principal objeto de sua produção artística. Pode-se dizer que suas obras tem a primeira vista, um certo ar descompromissado, mas Renoir mantinha a preocupação com o traço completo em relação a forma feminina.

domingo, 18 de maio de 2014

REMBRANDT O ARTISTA DAS LUZES


            Rembrandt foi um pintor holandês nascido em 1606. Com o uso de técnica em gravuras apresentou uma notável maestria e magistral capacidade expressiva. Se dedicou a representação de histórias, aos autorretratos e outros retratos de gênero. Sua obra se concentrava em pinturas históricas tomando como ponto de partida modelos reais vestidos com trajes exóticos. Esses modelos são caracterizados por uma acentuada expressividade fisionômica.


            Seus quadros reverberam uma luminosidade transparente e sobrenatural, que atesta as indagações empíricas que Rembrandt fazia sobre a luz. Após trabalhar com gravuras e figuras históricas, realiza em Amsterdam por volta de 1630 as primeiras encomendas como o retrato de Amalia Von Solmes e a Lição de Anatomia do Doutor Nicolaes Tulp. Esse tipo de encomenda se tornou comum, ele eliminava os excessos e se concentrava na essência da cena. Foram numerosos retratos dessa época, mostrando ricos burgueses, religiosos e funcionários públicos municipais. Esses retratos transmitiam sempre a impressão de uma presença viva e comunicativa.


            Seu trabalho chega a romper com cânones tradicionais quando ele busca dissolver as fronteiras entre a gravura e a pintura. Na história da gravura pouquíssimas imagens de paisagens são comparáveis, em beleza, à grande impressão conhecida como Três Árvores, em que a gradação de distância entre a cidade e o campo alcançam notável refinamento. Na gravura 100 florins a luz preserva o forte poder simbólico de seus quadros bíblicos.


            O que mais gosto em seu trabalho é que a realidade se impõem sobre a beleza ideal, os defeitos e as imperfeições dos corpos aparecem. Seu trabalho fascina pela forma como o objeto é representado, especialmente num ambiente fechado, ele se exercita com prazer em todas as manifestações possíveis de luz natural e artificial, além de seus reflexos.


            O tema de sua arte é tudo aquilo que é propriedade do indivíduo, da família, da comunidade, da nação. Mais também o próprio indivíduo. Sua obra deporta o melhor do olhar contemplativo, ele retratava seja nos retratos encomendados ou nos autorretratos o que sentia o que pode explicar o aspecto hipnotizante de sua obra.  

domingo, 6 de abril de 2014

MICHEL DUCHAMP: O MELHOR DA ARTE CONTEMPORÂNEA


            Na história da arte a palavra gênio se aplica a pouquíssimos criadores. Da Vinci, Picasso, Michelangelo. Dentre esse grupo existe um ainda mais seleto o dos visionários, que figuram Giotto de Bondone (1267-1337) e o francês Michel Duchamp (1887-1968). Giotto é responsável pelas noções de perspectiva e tridimensionalidade que moldaram a escola renascentista e a produção dos séculos seguintes. Por muito tempo artistas hesitaram antes de obedecer aos princípios do mestre italiano ou em desafia-los. Até que surgiu Michel Duchamp.



            A revolução perpetrada pelo francês é mais difícil de ser definida por causa de sua complexidade e da maneira anárquica com que ele mudou tudo na esfera artística. O conceito que orientou seu trabalho, no entanto, é bastante claro. Com Duchamp nasceu a ideia de que uma obra só está completa quando ela se soma a interpretação do outro, no caso o expectador. Ele não se contentava com a arte que se apura simplesmente com a visão, estimulava uma verdadeira troca intelectual com o admirador de suas peças.



            A arte de Duchamp é desprovida de qualquer sentido heroico. Ele não desejava levar arte as massas nem beleza ao cotidiano. Estava interessado em pensar, e em pensar em companhia. Ao tirar um objeto comum do seu contexto usual e elevá-lo a categoria de arte ele anunciava ao mundo que a habilidade manual do artista já não basta para definir uma obra. Instalar uma roda de bicicleta sob um banco era o jeito que tinha de fazer com que o espectador deixasse de vê-la como roda de bicicleta e passasse a admirar os seus contornos. A escolha do objeto deveria partir do artista e isso ganhava valor.



            Em 1913 em seu estúdio em Paris, nasceram os primeiros ready-made da história, exatamente A Roda e o Porta Garrafas. Dois anos depois ele se mudou para Nova York conseguindo sair do anonimato e tendo uma vida pessoal movimentada. A história é ilustrativa do quanto que Duchamp era avançado para a sua época ele integrava a Sociedade dos Artistas Independentes, que tinha como objetivo organizar exposições sem jurados ou premiações. Acredito particularmente que ele foi muito mais radical do que Picasso ou Matisse, pela sua grande capacidade visionária. O simbolismo de suas produções são hoje marcas indeléveis da nossa contemporaneidade.

domingo, 30 de março de 2014

BOTTICELI: AS MAIS BELAS PINTURAS DO RENASCIMENTO


Sandro Botticeli viveu na Florença da segunda metade dos anos 1400, período de intensa produção artística e efervescência cultural conhecido como Renascimento Europeu. Sua obra mesmo depois de todo esse tempo é capaz de causar inquietações e estranhamentos próprios da grande arte. Ver seu quadros é entender que ele queria por em prática uma filosofia realista, uma construção do belo fora do tempo e da história. Essa ideia do belo influenciou nossos mais profundos cânones do que seja a beleza ou mesmo uma imagem agradável.


Sua produção visa a contemplação, pela contemplação, livre de quaisquer aspectos mundanos. Sua pintura é feita de ritmos lineares que criam um movimento interno no quadro, quase um contínuo retorno que impede a imagem de fixar-se numa forma concreta, consistente situada num espaço construído. Ele era um artística fascinado pelas ideias e indiferente ao sucesso, sua arte é elevada e está a altura de seus contemporâneos.


É o tipo de artista irresistível, que exprimia os valores táteis fora de quase todas as referências do corpo. Seu quadro A Primavera, mostra a mistura entre o amor platônico e a obra de transcendência dantesca. Trata-se de uma unidade profunda entre poesia, filosofia, teologia e psicologia; o quadro é uma das visões mais sublimente evocativas, associativas, alusivas e profundas do Renascimento, quiçá da arte da poesia e da imaginação.


No quadro O Nascimento de Vênus, ele consegue na figura maleável e alongada de Vênus, o ápice da procura de uma beleza ideal e de uma perfeição formal coerente com os ideias neoplatônicos. A jovem recupera o protótipo da Vênus pudica, com a mão direita ao seio e a esquerda cobrindo a virilha, com os longos cabelos loiros e reluzentes como ouro como muitas áreas da pintura, em um efeito semelhante aos dos preciosos afrescos sistinos.



Botticeli completa um passo fundamental, em direção a formação do artista moderno, dado que com sua arte ele professa com certa ênfase aquilo que corresponde as suas convicções, à sua consciência e a sua esperança, por essa razão merece ser visto e discutido.

domingo, 23 de março de 2014

A POP ARTE DE ANDY WARHOL


            Andy Warhol é considerado um dos maiores artistas do século XX, sua obra sofreu influência de diversas fontes, incluindo o cinema, o jornalismo e até mesmo os detritos urbanos. Mas foi nas massas que ele encontrou mais inspiração. Fotos de artistas de cinema, de cantores de rock, de celebridades, latas de sopa, notas de dólar tudo poderia ser transformado em obra de arte.


            Através da linguagem utilizada em sua obra Warhol buscava comunicar suas ideias, seu fascínio pela comunicação de massa, seu ceticismo, sua ironia, sua visão democrática. Sua obra cultuava o objeto e se distanciava do mundo abstrato e se aproximava do caminho para a vertente pop. Pop se tornou o nome de um novo movimento quando o museu de Arte Moderna de Nova Iorque promoveu o seminário Symposium on Pop Art, que incluía entre os seus participantes nomes como Duchamp e Warhol.


            O que notadamente me interessa na obra de Warhol é que ela reflete a temporalidade da vida e dos objetos, mostrando o universo cotidiano como um conjunto de coisas a ser transformado em arte. Antes de sua obra ninguém poderia considerar uma lata de sopa como uma obra de arte, mas esse conceito foi transformado fazendo com que a arte e a vida se transformassem numa coisa só. Andy Warhol não era afeto a rótulos e repudiava a noção de invenção artística. Sua atitude é de alguém que negava a originalidade e a singularidade da arte, criando pinturas e esculturas virtualmente idênticas, chamava seu estúdio de fábrica.


Morte, vida, fama, publicidade, cinema, lixo, cultura urbana, cultura de massa, objetos do cotidiano. Todos esses elementos se unem para formar a linguagem artística de Andy Warhol. Através dessa linguagem, ele parece querer comunicar suas ideias. Warhol valoriza o simulacro em detrimento da obra de arte. Suas obras permanecem até hoje como um manifesto irônico a favor da democratização da arte, da fama e da ressignificação da morte.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

O TEMPO DAS GRANDES CATEDRAIS GÓTICAS


            O século XIII foi o período das grandes catedrais nas quais quase todos os campos da arte tinham o seu lugar. O trabalho por esses gigantescos empreendimentos se estendeu por todo o século XIV. No fim do século XII quando o estilo gótico começou a se desenvolver a Europa ainda era um continente de população esparsa e basicamente camponesa onde os principais centros de poder e aprendizagem eram os monastérios e os castelos dos barões.



            A ambição dos bispos de ostentar suas próprias e pungentes catedrais foi o primeiro sinal de orgulho cívico que despertava nas cidades. 150 anos depois esses centros urbanos se tornarão fervilhantes centros comerciais, onde os burgueses se sentiam cada vez mais independentes do poder da Igreja e dos senhores feudais. Até os nobre abandonaram a vida de sombria reclusão em seu mundo fortificado.



            No século XIV os construtores góticos não se contentavam com o estilo das limpas e majestosas catedrais mais antigas. Gostavam de exibir sua pericia na decoração e na complexidade dos rendilhados. O que fico imaginando como que com técnicas tão reduzidas para a época foram capazes de criar edifícios tão imponentes? Acredita-se que usaram fórmulas químicas hoje desaparecidas que deram aos vitrais tonalidades únicas e irreproduzíveis. Suas formas são desenhadas com base em complexos cálculos matemáticos e astronômicos que dão proporções cósmicas ao mutismo religioso.



            O mais interessante nesse mundo místico, poderoso, oponente e silencioso da arquitetura gótica é a incrível resistência das catedrais, as intempéries, aos ataques insidiosos do clima, a violências como bombardeios e a sua elegância inconteste num período em que o mundo parece rumar para uma realidade caótica. Elas continuam de pé e nos emocionando contestando o nosso entendimento de ciência e técnica.