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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

PENSANDO A HISTÓRIA DA BELEZA DE UMBERTO ECO



História da beleza de Umberto Eco, é daqueles livros que quando lançado se torna automaticamente objeto de desejo para leitores vorazes e amantes de livros como eu. Seja bela sua bela edição, com imagens memoráveis, seja pelo feito de levar erudição a leitores comuns. São 400 páginas de ideias, textos históricos e ilustrações. O que realmente me cativou por desejar tanto e comprar a obra, é a erudição de Eco conhecido por livros como O Nome da Rosa, consegue aqui, ser erudito sem ser pedante.


O autor percorre a linha da história para falar sobre beleza, indo por Grécia e Roma Antiga, Idade Média e Renascimento, passando pela estética vitoriana do século XIX. O livro se apoia em textos de notáveis como Eric Hobsbawm, Dante, Kant, Hegel e Kafka. Lendo o texto me senti fazendo uma viagem pela história do homem, da arte e sobretudo do olhar que se tem da estética, que é a apuração da ideia de beleza.


A obra anima um espírito que me agrada de sobremaneira, é entender que a beleza não é um dado absoluto, mas uma variante histórica, geográfica e cultural. Daí ser traçada essa linha que explica a beleza que vai da antiguidade, a sociedade de consumo do século XX.


Mas, observando História da Beleza, apesar de Eco, não o considerar assim, tenho a impressão que estou diante de um livro de arte, ou um livro de que tem como interlocutores os estudiosos da arte. E acho que peca, por não situar as citações que apresenta em seus contextos culturais e historiográficos.


O argumento que ele apresenta é de fácil compreensão, não será o mundo que a beleza tomará como modelo, nem tampouco o homem tal como se situa nesse mundo, mas sim, o homem cria o belo a imagem e semelhança a forma como vê e se representa. É nesse sentido que a beleza é um elemento da história, pois é um entendimento do homem consigo mesmo.


Em sua análise da contemporaneidade, podemos dizer que este carrega nas tintas do romantismo, ao ver nosso tempo, como simples regeneração e corrupção de um passado que antes era maravilhoso, pois a beleza hoje, é degenerada e prostituída, sendo considerada pelas campanhas publicitárias, tanto a beleza nórdica de Claudia Schiffer, quanto a beleza de origem afro de Naomi Campbell. Numa única campanha publicitária é possível se reunir o universo oitocentista e elementos de ficção científica.


Não obstante as limitações metodológicas, História da beleza reúne em si, pelas gravuras, imagens e textos que apresenta, a materialização do belo e como diz o próprio Eco o belo é aquilo que agrada de maneira desinteressada, aquilo que provoca prazer aos nossos sentidos, deve ser por isso, que é tão prazerosa a experiência com este livro, que chega a ser uma aventura intelectual, apaixonante e emotiva. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A ARTE DOS PADRÕES SIMÉTRICOS E ASSIMÉTRICOS




            Naturalmente temos uma tendência para a simetria, consideramos que tudo deve está ordenado, harmônico, alinhado. Nas artes essa tendência foi por muito tempo majoritária e acredito que ainda o é entre a média das pessoas. Na Grécia Antiga, o artista se preocupava com a reprodução da realidade voltada para a perfeição das formas.



            Nas obras de arte daquele período não há corpo humano que seja tão simétrico. A cópia meticulosa da aparência passava por um processo de embelezamento e era comum se omitir qualquer imperfeição. Essa simetria influenciou os conceitos de beleza da sociedade ocidental que associa o belo as noções de gosto, equilíbrio, harmonia e perfeição.


            No século XX essa noção de simetria foi contestada por muitos artistas e o assim assimétrico se destacou, a própria noção do que seja arte foi contestada e foram incluídos materiais e técnicas antes jamais pensadas. Marcel Duchamp (1887-1968), artista francês criou o termo ready made para classificar a utilização de um ou mais artigos de uso cotidiano, selecionados sem ritérios estéticos e expostos como arte em lugares especializados como museus e galerias.


            Outro exemplo de rompimento foi a pop art surgido na Inglaterra nos anos 1950 e muito usando nos Estados Unidos na década de 1960 também usava objetos comuns como garrafas e tampinhas e tinha o objetivo de criticar o consumismo, Andy Warhol (EUA 1928-1987), apresentava personalidades públicas e produtos relacionados ao consumismo do povo norte americano como refrigerantes e latas de sopa.


            A arte simétrica passa a conviver com o assimétrico. Para mim, arte é a transformação simbólica do mundo  que nasce da cabeça do artista, onde é influenciado pela sua cultura que transforma sua visão de mundo, daí a modernidade foi capaz de criar beleza para o assimétrico.