O que é a ofensa, se não o ato de
agressão do outro em relação a nós, agressões das mais diversas naturezas,
capazes de gravar no nosso psiquismo lembranças que dificilmente podem ser
esquecidas. Perdoar independe de esquecer, até porque somos seres dotados de
inteligência, e dentro dos parâmetros de normalidade mantemos em nossa memória
os fatos da nossa vida.
A diferença fundamental é que aquele
que perdoa consegue se livrar dos ressentimentos, que seria a forma de você
sentir novamente a dor da ofensa. Quem perdoa se torna livre, sem a necessidade
de ficar preso a nenhum sentimento de natureza negativa.
Acredito também que perdoar
independe do consentimento ou da aceitação do outro, é um ato de adesão
voluntária, é um ato de amor que simplesmente se sente. Mas, existe um tipo de
perdão que eu considero extremamente importante, aquele que você concede a si
próprio, se perdoando pelos erros cometidos, e procurando seguir o caminho da
vida da forma mais justa possível, pautada em valores universais como: o amor,
a solidariedade, a tolerância, a compreensão, a caridade.
Uma
vez ouvi uma historia de que uma mãe que procurou Gandhi para pedir a ele que dissesse
ao seu filho que parasse de comer açúcar e ele falou que ela poderia voltar com
um mês, após esse período a mãe voltou e ele disse para a criança que parasse
de comer açúcar e explicou que não tinha feito antes porque ele mesmo ainda comia, ou
seja, não devemos cobrar do outro aquilo que não fazemos nem possuímos. A mudança
que queremos para o nosso mundo necessariamente começa por nós.
Acredito que quando o ser humano
entender que perdoar é conquistar o
enobrecimento, o homem será forte pelo amor e compreensão que seja capaz de
distribuir, na vida é preciso se livrar de magoas e ressentimentos para poder
seguir o caminho da auto evolução.