Dizem que o homem é um animal político por
excelência, na escala evolutiva da história foi preciso que ele se agrupasse
com outros de sua espécie para que pudesse ser mais forte, já que era o mais
fraco em constituição física dentre os animais da natureza. Esse sentimento de
agrupamento é responsável por criar os grupos sociais e com eles a sociedade
como um todo.
Como o homem não é autárquico necessita de
uma garantia exterior a ele enquanto individuo é aí que entra a política, como
instrumento capaz de normatizar a vida em sociedade, e que busca como fim
último a felicidade comum. Acredito que esse conceito na prática é imensamente
deturpado, entendemos contemporaneamente política somente na dimensão da
administração pública executada por gestores a quem damos titularidade para
administrar os interesses da coletividade.
Democracia seria esse regime de governo em
que as pessoas, o povo, é o responsável por tomar decisões relacionada aos
interesses de todos. No caso do Brasil, vivemos numa democracia indireta na
qual os representantes são eleitos pelo povo, como tido para atender os
interesses da coletividade.
Ontem fui ver uma manifestação de candidatos
a eleição municipal da chapa governista. E fiquei indagando sobre esses
conceitos. Me vi na Roma Antiga em que os interesses de uma casta privilegiada
daqueles que são amigos do poder sempre prevalecem em detrimento dos interesses
do povo. Vi várias pessoas com interesses claramente pessoais e cada um
defendendo o seu terreno, a bandeira coletiva que se torna individual. O
curioso é como o povo, a maior parcela dos participantes, entram como autômatos
nessa marcha, dançam, cantam se entusiasmam e imaginam que a vida pode
melhorar, mas o triste é que a vida melhora sim, mas para os amigos do poder.
Uma coisa bem particular do Brasil é a
forma de manifestação pública, afora qualquer conceito sociológico, o povo se
entorpece de álcool e entusiasmo carnavalesco, cada um com sua fantasia, seu
bloco, seu cordão, seu abre alas. No fim tudo vira um grande carnaval, os
candidatos e políticos de maior renome, são os artistas, da festa, o povo a
grande massa necessária para o acontecimento e a pequena parcela privilegiada,
os verdadeiros donos do poder.