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terça-feira, 12 de novembro de 2013

QUANDO LI TRAVESSURAS DA MENINA MÁ



            Acho que leitura boa é aquela que você faz de um fôlego só, quando li Travessuras da Menina do Peruano Mario Vargas Llosa fiz em dois dias, a obra, é daqueles tipos de livros que casam com o nosso humor e nossa vontade de sumir do mundo e de tudo a nossa volta, foi essa impressão que  tive da leitura. Ricardo Somucurcio, é um peruano que tem como único sonho e ambição na vida morar em Paris, o que dá uma aura de magnitude ainda maior a Cidade.


            Ele é um rapaz simples, e modesto que na infância se apaixona por uma garota chilena, muito difícil de ser conquista Lily, são várias as tentativas de conquista, todas em vão, mas esse encontro muda a vida completamente. Essa paixão persiste por toda a vida de Ricardo e o melhor da estória é a contextualização histórica dos vários encontros que ambos têm durante a vida.


            Eles se encontram em diversas fases e facetas, na Paris bela e revolucionária, na Londres dos Skins Heads e do “paz e amor” dos hippies, na Tóquio das máfias e dos prazeres extravagantes, e na Madri dos anos 1980. Nesses encontros e partidas, conquistas e derrotas, sempre a mesma pergunta é feita pela malvada Lily: ainda me ama Ricardito?


            Ela ambiciosa, gosta de luxo e riqueza, vida impossível de ser dada pelo trabalho de modesto tradutor de Ricardito. Ela sempre quis conquistar o mundo, ele apenas ela. Nesses encontros e desencontros que se cruzam ela se mostra diferente e mesmo assim ele é capaz de ama-la. A montagem da obra é genial, e mostra como que o amor pode ser uma droga, e me deixou uma pergunta que está longe de ser respondida por mim, e acho que por qualquer pessoa: qual a verdadeira face do amor? 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A INTIMIDADE DE ANA KARENINA DE LIEV TOSTÓI



            Li e reli Ana Karenina de Liev Tostói a algum tempo. Tenho uma edição da editora Cosac e Naif com tradução direto do Russo. Quando gosto de um livro, sempre faço isso, recorro a ele como a um bom amigo para ler de novo e ser feliz mais uma vez. Trata-se de uma grande obra, com temas caros a natureza humana como: ciúme, fé, fidelidade, família, casamento, sociedade, progresso, desejo carnal. Há uma retratação íntima dos personagens, indo do equilíbrio, até o descontrole emocional.


            Liev Tostói é um dos principais escritores russos, e autor de uma das principais obras literárias de todos os tempos: Guerra e Paz, que fala das Guerras Napoleônicas e traça um perfil da sociedade russa no século 19. De família abastada recebeu educação formal, ligado a centros de ensino para a classe superior. Ao procurar a vida no campo, se casa tem nove filhos e acredita que o objetivo da existência é viver na família e buscar a Deus, seu ideal de felicidade.


            Ana Karenina se passa na Rússia Czarista e tem uma trama centrada na família e nas suas mais entremeadas relações, o romance começa com uma crise quando Dolly descobre  a infidelidade de Oblisky irmão de Ana e esta é chamada para interceder a seu favor. Ana que mora em São Petersburgo e é casada com um oficial do governo Karenin, viaja, até Moscou para interceder a favor do irmao. Dolly e Oblisky se reconciliam não por amor, mas por comodidade, centrado em leis que regem a sociedade russa.


            Quando chega a Moscou para resolver a crise conjugal do irmão, Anna, conhece um certo tenente Vronsky que se torna fascinado pelo seu espírito e vitalidade. Oblisky, encontra seu amigo Levin, dono de terras que destina seu pensamento a agricultura, este se interessa pela cunhada de Oblisky, Kitty, mas a jovem de dezoito anos espera um pedido formal de Vronsky, rejeitando as declarações de Oblisky. Numa noite de um baile Kitty percebe que Vronsky ao dançar com Ana, está completamente apaixonado por ela, sua desilusão amorosa, se manifesta em sintomas físicos, vindo esta a se internada pela família numa estação de águas na Alemanha. Levin a visita, Kitty sugere que ele a proponha casamento novamente, ele o faz, e os dois começam a planejar o casamento.


            De volta a São Petersburgo, Anna começa a circular em ambientes que favoreçam seu encontro com Vronsky. O comportamento de ambos atinge o domínio do socialmente inaceitável e o caso passa a ser rapidamente conhecido de toda a Cidade. Karenin, marido de Anna, sofre a humilhação pública e a estagnação de uma carreira. Anna e Vronsky são postos a margem da sociedade, especialmente Anna. Aqui Tostói aborda a hipocrisia da sociedade russa em que homens e mulheres viviam casos extra conjugais, em que o homem continuava sendo recebido nos centros aristocráticos e a mulher é excluída do seu centro de convívio. Anna representa a crítica mais feroz aos subterfúgios usados pela considerada boa sociedade russa, por isso, eles a escondem, porque é uma forma de esconder a si mesmos.


            Anna Karenina é constantemente incluído pelos críticos como um romance psicológico, com uso constante do monologo interior pelos personagens. Um outro ponto interessante é a descrição de casamentos sem amor e sem esperança, centrados apenas, para manter as aparências. O livro como um todo, aponta as forças que o indivíduo se sustenta para enfrentar os desafios.


            É um romance extremamente crítico aos padrões sociais da época, em que personagens estão dispostos a viver, amar e buscar o amor centrados apenas em suas verdades pessoais. Essa obra é um dos grandes clássicos da literatura que são atemporais, e que nos leva para a inevitável que o que existe de mais envolvente no mundo, são as relações interpessoais, dentro do mundo que criamos, escolhemos, ou somos obrigados a viver.


            Romance de lugar destacado em minha estante, merece ser lido, e tido como um dos melhores livros já produzidos pelo gênio da humanidade.