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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O GABINETE DO DR. CALIGARI



O Gabinete do Dr. Caligari de 1920 é o tipo de filme que interessa aos que estudam, discutem e trabalham com as questões relacionadas ao cinema. Filme de estilo expressionista com aspecto claustrofóbico e cenários feitos de papel. Em um jardim ermo o jovem Francis conta a um homem neurótico e atormentado os acontecimentos que o traumatizaram. Alguns tempos antes a cidade de Holstenwall foi visitada por Dr. Caligari, um charlatão que frequentava feiras de variedades com o seu sonâmbulo Cesare. Enquanto Caligari apresenta seu número na feira, Cesare faz profecias de morte que mais tarde se concretizam, porque o sinistro doutor manda seu escravo-zumbi para cometer os crimes que ele previra.



No fim descobre-se que Francis é paciente de um manicômio e que sua história não passa de uma fantasia delirante povoada pelos demais internos e pelos funcionários do local. O filme é uma denúncia de um mundo novo de um novo século, mas povoado de loucuras e hipocrisias. Os cenários não realísticos e com sombras pintadas e perspectivas distorcidas eram uma estratégia para perturbar os espectadores.



O filme tem uma estética peculiar e é exemplo inicial da mistura entre cinema de arte e cinema comercial, uma estranheza rebelde coroada para agradar o gosto burguês que o filme pretendia. Filme essencial para o desenvolvimento do cinema e da imaginação, além de marco inaugural de diversos elementos do cinema de horror. Para mim diversão garantida. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O GÂNGSTER




            Vi o Gângster (2007) numa daquelas tardes tediosas, não dei muito crédito ao filme, depois senti que se tratava de uma grande obra e resolvi rever para tirar algumas conclusões aqui para o blog. Assim como O Poderoso Chefão, é um filme sobre a máfia. Não há no entanto, a romantização do crime, nos dias atuais sabemos que é possível combatê-lo com sucesso. Baseado na história real de Frank Lucas, que foi o rei da heroína em Nova York entre 1968 e 1975, o Gângster é ao mesmo tempo o tributo e uma revisão do gênero que consagrou Francis For Coppola, mas sabendo que o filme não pode ser comparado a obra de Coppola que deu status de arte ao gênero.


            O Gângster é uma tentativa de reproduzir essas proporções épicas, e traz dois dos melhores atores do cinema atual Denzel Washington e Russel Crowe. O resultado é um produto sólido, eficaz, digno, mas não uma obra prima. No início o personagem vivido por Denzel Washington aparece como motorista, segurança e cobrador de dívidas de Bumpy lendário dono do crime no Harlem. Quando este morre em 1968 Lucas é o mais próximo para sucede-lo. Mas ele consegue assumir o lugar do antigo chefe com uma mistura de atitudes discretas e ameaças de violência.


            Lucas é um homem que quer transformar o crime organizado não apenas como uma atividade racional, mas também um negócio regido pela lógica empresarial. E o essencial da lógica do Gângster não está na violência dos crimes ou no glamour do estilo de vida, e sim na organização do crime como um negócio. Lucas não pertence ao gangsterismo tradicional (italianos e irlandeses), e sim a comunidade negra, o que torna seu caso único não foi sua origem mas, seus métodos empresariais.


            O filme é descendente direto da política da tolerância zero, e do não as drogas e também resultante de uma visão menos cínica resultante do fato das cidades americanas provaram ser possível triunfar sobre o crime. O Gângster é uma obra legalista, que crê na redenção pela justiça em um país democrático.