Mostrando postagens com marcador William Shakespeare. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador William Shakespeare. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de julho de 2014

GOLPES DE MESTRE: OS MELHORES TEXTOS DE SHAKESPEARE


            Acho que passei a vida toda lendo, vendo filmes ou peças de teatro do poeta inglês William Shakespeare. Fiz uma seleção que obedece absolutamente minhas preferências pessoais e impressões de toda uma vida, sobre os seus melhores textos.


  Hamlet- é a peça mais moderna ou premonitória de Shakespeare, com seu herói pré-edipiano indeciso entre cumprir a obrigação atávica de vingar o pai e matar quem tomou seu lugar, o do pai e o dele, na cama da mãe, ou ouvir sua consciência. Um texto entre o conflito entre as razões de sangue e a própria razão. Sempre achei que a figura mais trágica da peça não é Hamlet tragado pelo passado pelo clamor da vingança do pai, mas Laerte irmão de Ofélia, que pensa ter escapado das desgraças e intrigas das cortes de Elsinore- isto é, o passado e é obrigado a voltar também para ser destruído. O protótipo de todo jovem que quer se livrar da família e de seus rituais de sangue e quer e inventar uma vida própria, mas não consegue porque leva o sangue junto.


 Ricardo III- Shakespeare criou alguns ótimos vilões que celebram ou se encantam com sua própria vilania. Ricardo é o primeiro personagem totalmente cínico da literatura mundial. Ricardo se congratulando, deslumbrado por ter conseguido seduzir a viúva do homem, que mandou matar com o corpo dele ainda quente, é não apenas um ode ao cinismo mas uma rapsódia ao poder e ao sortilégio e as palavras bem ditas.


  Antônio e Cleópatra- é a peça mais poética do inglês, embora trate do amor de personagens tão obcecados pelo poder quanto um pelo outro. No texto Cleópatra prevê que o amor dos dois será representado em algum lugar fétido, diante de uma plateia irrequieta, e que o papel será feito por um rapaz de fala fina, conforme o costume do malcheiroso teatro elisabetano. Uma metalinguagem que o mestre se permitiu.