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domingo, 26 de janeiro de 2014

O BRASIL DE DEBRET




            Estive pensando e vi que a formação da minha iconografia visual foi como a maioria dos brasileiros, influenciada pelas imagens de Jean Baptiste Debret (1768-1848) ele é conhecido como um dos mais importantes artistas europeus que estiveram aqui no século XIX, na chamada Missão Francesa. Sua produção é composta de farto material visual e textual que realizou sobre o Brasil da época. O interessante é que como ele é conhecido do público não sendo sua produção é utilizada como fonte visual para carros alegóricos de carnaval, capas de discos, aberturas de novelas, estampas variadas de objetos do cotidiano entre outras.


            Viveu quinze anos no Brasil ao chegar em 1816 ele esperava realizar muitas pinturas históricas para d. João do mesmo modo que tinha feito na França para Napoleão, mas o único quadro histórico que a família real encomendou foi o quadro de D. Pedro I. Gosto de sua obra porque no tempo em que esteve aqui se interessou em retratar imagens do cotidiano do Rio de Janeiro o que significava, em grande parte, retratar os escravos que representavam a grande maioria da população da cidade.



            Seus registros mostram as escravas vendedoras, os cariocas no carnaval, os castigos impostos aos escravos, senhores da elite, índios mestiços, tudo que estava ao seu alcance na nascente sociedade brasileira. Embora sua visão seja de estranhamento eurocêntrico com a cultura brasileira sua importância para as artes e a historiografia nacional é notável, seu trabalho retratou o Brasil por meio de sua beleza exótica, sua história natural, e por representações minuciosas da cultura, e dos costumes do povo brasileiro.


            Não posso no entanto, deixar de dizer que sua iconografia foi manipulada para estabelecer relações preconceituosas com os núcleos indígenas e afro brasileiros contribuindo para o fortalecimento do mito das três raças que vê a sociedade brasileira como um todo homogêneo mestiço e coeso.