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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

AS MELHORES MÚSICAS DE CINEMA



            Ao longo da nossa história várias formas de arte incorporaram a música como elemento de expressão. Tirando partido do seu poder de sugestão, compositores procuraram, durante séculos, evocar ou simbolizar elementos da natureza. A música esteve presente em vários momentos da história, no teatro das feiras, das marionetes, no circo, na ópera, no balé, acompanhando a lanterna mágica e o melodrama. No cabaré e em inúmeras manifestações artísticas que tiraram partido do seu poder de sugestão e do seu potencial narrativo.



            No cinema a música sempre acompanhou o seu percurso, durante o período do cinema mudo, no início do século XX, era essencial para o acompanhamento dos filmes, o que muitas vezes era feito ao vivo pro músicos dentro das salas de cinema. Mesmo após o cinema falado, ela continuou a ser imprescindível para a composição de uma cena. Acho que o mundo é todo ritmo e é possível ao som corresponder ao mesmo tempo, o mundo objetivo e a percepção do homem desse mundo.



            Quando elaborei essa lista queria que fosse pequena e o principal critério para a escolha foram as minhas preferências pessoais, entendo que não foi quem escolheu, essas músicas, elas que me escolheram, por isso que não tive dificuldades na escolha, são músicas que trazem encanto e magia misturado as cenas de cinema, vejo e revejo inúmeras vezes, sempre com o espanto de uma nova descoberta. A imagem pode reter o temo, mas o som segue o ritmo variável das percepções do homem.


Singing and Rain (Cantando na Chuva)- Gene Kelly cantando e dançando essa música não tem preço, é o tipo de som capaz de causar a sensação de que tudo vai dá certo, que a vida é um grande sol que brilha e ilumina a alma. O amor aqui, é o maior passaporte para a felicidade. Cena inesquecível e memorável.


Over the Raibow (O Mágico de Oz)- para mim a melhor parte do filme é a interpretação de Judy Garland, interpretando essa canção, quando vejo essa cena penso num mundo imaginário, onde tudo que for sonhado será possível. Música triste e sentida, mas carregada de esperanças.


Flashdance...what a Feeling (Flashdance)- adoro essa música contagiante lembro que quando era criança em fins dos anos 1980, esse filme era presença garantida nas minhas tardes, dava vontade de dançar e de procurar ambientes descontraídos, música alegre que me remete ao melhor da infância.


As time Goes By (Casablanca)- Gosto de tudo nessa música, a escrita doce, os acordes, e as mudanças de execução de acordo com o enredo do filme. Para mim é tema de qualquer romance, assim como no filme, a música é capaz de emoldurar as mais doces lembranças.


Mrs. Robinson (A Primeira noite de um homem)- além de ser a cara da melhor comédia romântica de todos os tempos, essa música acompanha o dinamismo do filme. A música tem uma pegada folk que amo, é daquelas músicas atemporais que quanto mais se escuta, mais é possível gostar.


Moon River (Bonequinha de Luxo)- Uma das minhas cenas preferidas do filme é Hepburn na janela do seu apartamento, cantando e tocando essa música, confesso que quando vi a primeira vez fiquei surpresa. A música já foi composta pensando nas limitações vocais da atriz, seu jeito despretensioso de cantar me encantam sempre que vejo.


Cheeck to Cheeck (O Picolino)- Essa música foi engraçado, conheci a interpretação de Sinatra e já gostava, quando vi Fred Astaire cantando e dançando para Ginger Rogers entendi o quanto que a música poderia ficar muito melhor, sem sombra de dúvidas uma das melhores cenas do cinema de todos os tempos, expressando o melhor dos musicais e o encanto de toda uma época.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

AS 10 CENAS INESQUECÍVEIS DO CINEMA





            Nunca fui muito adepta a listas, primeiro porque não as considero fechadas, nem como realmente sendo as melhores, depois porque sempre considerei, que o que a lista trazia era apenas a opinião pessoal de quem escreve. Sou daquelas que dá tudo por um filme antigo, para mim filme antigo, mas do que recriar um momento histórico é uma viagem ao passado onde me conecto com a época, seus hábitos e costumes, os filmes que eu apresento aqui não tem menos de quarenta anos, e muito já foi dito sobre eles. A ordem que construo nesse post é do impacto que esses filmes provocaram em minhas observações visuais e estilísticas. Reitero  que essa lista não está fechada nem tem a pretensão de ser a expressão da verdade, é somente minhas impressões pessoais. 


1-Breakfast and Tiffany (1961)- a cena que considero memorável é a de entrada quando Audrey Hepburn desce do taxi numa Nova York que ainda acorda, ao som da memorável moon river. Audrey (Holly) apresenta uma composição entre inocência e futilidade, quando toma seus cafés da manhã em frente à joalheria Tiffany para esquecer dos problemas e de buscar um mundo que não é seu mas que gostaria que fosse.



         2- Cinderela em Paris (1957)-  esse filme tem uma aura tão mágica que passei dias com as cenas na cabeça, Paris, a Cidade luz, brilha ainda mais nesse show, protagonizado por Audrey Hepburn e Fred Astaire, eles brilham e encantam, cantando e dançando em locações externas em plena Paris. Trata da transformação da personagem de Hepburn de uma balconista de loja em uma top model, fotografada e apaixonada por Astaire, que aceita o trabalho pelo prazer de conhecer Paris. Fanny face, é daqueles filmes que o tempo passa, mas o encanto permanece.


            3- Dow Argentine Way (1940)- primeiro o que me seduziu no filme foi a película em Tecnicolor, e o clima da política de “boa vizinhança, dos americanos com a América do Sul em plena Segunda Guerra Mundial, o roteiro é bem típico da época, uma americana que passa férias na Argentina e se apaixona por um rico proprietário de cavalos de corridas. Mas quem realmente rouba a cena é a Carmen Miranda, que sem falas nem maiores atuações, deixa a Fox impressionada com sua nova aquisição, sua estreia no cinema americano, não poderia ser mais autentica, quando se apresenta no Clube Noturno como ela mesma, cantando e dançando a memorável canção Mamãe eu quero de Jararaca.


            4- Casa Blanca (1942)- os americanos conheciam muito pouco o Marrocos, quando filmaram Casa Blanca, o que marca é o clima de Guerra que o mundo vivia, e fora o triângulo amoroso, a cena mais memorável que considero é a Marselha, cantada no clube noturno, como símbolo da resistência a invasão alemã. Merece destaque a performance carismática de Bogart e Bergman, o dilema de Bogart é ficar entre o amor e fazer a coisa certa, deixar Ilsa escapar com o marido. O filme retrata como ninguém, o clima de medo, suspensão de direitos e insegurança que se vivia durante a Segunda Guerra Mundial.


            5- Crepúsculo dos Deuses (1950)- o filme já começa incomum, com um escritor narrando os acontecimentos que o levaram a morte.  Fugindo de cobradores Joe se vê em uma antiga mansão de Hollywood, onde ele começa uma relação com a sua proprietária a antiga atriz de cinema mudo Norma Desmond (Glória Swanson). O interessante é como Hollywood se debruça sobre si própria, avaliando seus próprios fantasmas. Norma rouba a cena o filme inteiro com sua grandeza de atuação e expressões faciais típicas do Cinema Mudo. A atriz esquecida, pelo cinema com som se torna imortal na cena em que diz a icônica frase: eu sou grande, os filmes é que ficaram pequenos.


            6- Luzes da Cidade (1931)- a beleza desse filme é tão grande que é quase impossível vê-lo e não se deixar encantar, pela maestria de Chaplin, a mensagem do filme e a época em que ele se passa. O filme mostra que se vê mais com o coração do que com os olhos. A florista cega, ajudada pelo vagabundo, ao reconquistar a visão consegue reconhece-lo pelo toque da mão. A mensagem que se passa é que o amor começa na essência, indo além da aparência. 


            7- La dolce Vita (1960)- o que dizer de Felini, com a memorável cena de Anita Ekberg tomando banho na Fonte de Trevi em plena Roma e Marcelo Mastroianni, tentando achar leite para um gatinho que ele tinha encontrado na rua. A cena mais interessante é o fascínio de Mastroianni diante do banho de Ekberg. No desenrolar do filme percebe-se claramente a representação da decadência moral, a falsa moral e a preocupação com o rumo que a sociedade irá tomar dentro de um vazio existencial, político e ideológico que chega aos dias de hoje. 


            8- Cantando na Chuva (1952)- É daqueles filmes tão agradáveis que basta vê-lo para se esquecer os problemas e imaginar a vida colorida e musical. Gene Kelly cantando e dançando na chuva é a cena clássica e por excelência tem a cara do filme. Trata-se de uma sátira ao período de transição entre o cinema mudo e o falado, o que me fascina é uma alegria, infantil e até mesmo boba, mas deveras autêntica. E a famosa cena de Kelly, dançando e cantando na chuva ficará para sempre na cabeça de qualquer cinéfilo faça sol ou chuva.


            9- Laranja Mecânica (1971)- trata-se daqueles filmes que provocam profundas reflexões. Numa Londres do futuro, jovens violentos matam, estupram e roubam. Alex, o protagonista, vira cobaia de experimentos capazes de frear os impulsos violentos do ser humano, na volta do tratamento este não consegue conviver com a violência nem para se defender. A cena emblemática é a da manipulação do globo ocular no tratamento de Alex. Kubrick desnuda as falidas instituições da família, da política, da ciência, e do próprio homem, mostrando prazeres passageiros que levam a desconstrução do próprio eu.


10- E o Vento Levou (1939)- lembro que quando vi o filme pela primeira vez era criança e fiquei cansada, mas impressionada pela magistral reconstrução de uma época. Vivien Leigh e Clark Gable protagonizam uma grande história de amor e luta. Leight é o que o filme tem de melhor com sua atuação que se mantém atual e apaixonante, considero que o filme foi ousado para época em apostar numa mocinha corajosa e obstinada. Vejo o filme muito mais que um épico, mas um filme sobre determinação e sobrevivência, encarnado na figura da terra. A minha cena memorável é a de Scarlet sendo cuidada pela escrava.  Trata-se de um filme suntuoso, fascinante, inesquecível.